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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

De passagem



O que você fez, por onde viajou?
Foi a festas?
Visitou museus?
Assistiu a espetáculos?
Aproveitou para ir a cidades vizinhas?
Duas ou três a cada dia?
Participou de grandes eventos?

Eu? Não…

Observei o movimento das pessoas…
O reflexo da luz do sol nas vidraças
O por do sol no rio
As temporalidades da cidade…
Seus sabores, silêncios e sonoridades

O meu silêncio...




quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Das coisas de que preciso tanto quanto do ar para respirar


Ouvir sons de origem não humana: pássaros, vento, chuva, trovoadas, macacos, cães, gatos, e quantos outros...

Ler poemas, contos, literatura ficcional... ficção científica restaura as energias...

Assistir a filmes ruins... se eu já os tiver visto anteriormente, uma ou mais vezes, tanto melhor...

Ouvir músicas consideradas ruins, cantá-las a plenos pulmões, como se o mundo estivesse por se acabar...

Assistir a bons filmes... se eu já os tiver visto anteriormente, renovo o encantamento, caso contrário, entrego-me à experiência da narrativa, para refazer as minhas...

Conversar fiado (com o perdão de Vilém Flusser... nem sempre estou disposta a exercícios de linguagem que possam expandir os horizontes do mundo reconhecível...)

Olhar o firmamento sem buscar nada... apenas deixar-me engolfar por ele...

Lembrar que tudo, tudo sem exceção, se perderá no tempo, como poeira ao vento...







segunda-feira, 24 de julho de 2017

Conversas com Dona Olga

No pequeno restaurante, Dona Olga atende os fregueses com gentileza: monta os pratos feitos, arruma a mesa, serve o café, oferece sempre um sorriso tímido, fala pouco.

Pela manhã, fugindo à regra, desatou a conversar. Estava às voltas com uma questão que a inquietava: De que vale homenagear as pessoas depois que elas já morreram?

Interessei-me por sua pergunta. Começamos a conversar sobre o assunto. Ela contou-me de uma senhorinha que, em vida, era muito só. Deixou sua herança para um projeto social de sua cidade. Então, e só então, os membros desse projeto, e seus vizinhos, e demais moradores do local descobriram que ela tinha um acervo com grande valor cultural. Em razão disso, organizaram várias homenagens a ela. Mas, como insistia Dona Olga, tais homenagens não chegaram à senhorinha... Eram, na verdade, uma espécie de redenção da comunidade pelo não reconhecimento a ela, em vida.

Contei-lhe a história de Van Gogh que, em vida, teve apenas uma pintura vendida, e atualmente seus quadros estão entre os mais caros no mercado da arte. Lembrei também da artista Artemísia e sua dramática história. Ela então ponderou que, se hoje as mulheres vivem circunstâncias tão desfavoráveis, como teria sido lá pelos séculos XV, XVI, XVII?

Perguntei-lhe então se gostava de poesia. Seus olhos brilharam, respondeu que sim. Que iria dar-lhe, então, um livro de poemas escritos por minha mãe, falei. Sorriu. Ela também já escrevera poemas. Era quase uma confissão. Nunca os publicou? Não, foi sua resposta. Disse que, à época, trabalhava num comércio, e tinha um caderno, onde metia as poesias que lhe apareciam à cabeça. Disse também que tinha escrito muitas, mas que estavam guardadas.

No dia seguinte, entreguei-lhe o livro. Espero que goste dos escritos da minha mãe. E que possamos celebrar a poesia, a experiência estética, os encontros fraternos em vida, sempre!



segunda-feira, 19 de junho de 2017

Manual de instruções para viajantes de trem e metrô






Pessoas que viajam em trens e metrôs têm atitude.
Parecem distraídas, mas estão atentas.
Seus corpos parecem relaxados, mas estão a ponto de (re)agir.
Se em pé, parecem estáveis, embora suas musculaturas trabalhem para manter o equilíbrio apesar do movimento.
Os olhares parecem perdidos na paisagem, mas nada passa despercebido à volta.
Quando o trem se aproxima da estação, a expressão é de indiferença...
Mas quando o trem para e a porta é aberta, levantam e saem, como se tivessem decidido fazê-lo no último instante.
Os passos, pela estação, são rápidos, como quem percorre território conhecido e estranho ao mesmo tempo.

Essa atitude tem alguma correspondência com a lei da física que rege a condição de viajar no trem.
O corpo está parado dentro do trem que se movimenta em velocidade.
O corpo parece parado, mas não está: move-se com o trem.
E quando o trem para, e o viajante desembarca, o corpo começa a se movimentar.
Ou continua a se movimentar. De outra forma.

Em viagens de carro, ou de ônibus, o corpo também permanece parado dentro do veículo em movimento.
Mas ele não parece parado: as irregularidades da via sacodem o veículo.
Então não é possível parecer parado.
O movimento se faz sentir de todas as formas.

As viagens de trem, e metrô, de alguma maneira, se parecem com a viagem que fazemos no firmamento.
O solo por onde caminhamos parece parado, estável, seguro.
Por vezes caímos, mas é pelo efeito da gravidade, e dos nossos próprios tropeços.

Embora pareça, o planeta-veículo que habitamos não está parado.
Movimenta-se em alta velocidade em torno ao sol.
E o sistema solar movimenta-se em alta velocidade na galáxia.
E a galáxia movimenta-se pelo imponderável, em velocidade que não se calcula pelas escalas humanas...







segunda-feira, 15 de agosto de 2016

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

... as águas...


para matar as sedes
para umedecer o chão
para lavar o corpo
para alentar a alma
para deixar respirar...








sábado, 3 de outubro de 2015

Uma flor e um cronópio para Camila






Um cronópio encontra uma flor solitária no meio dos campos. Primeiro pensa em arrancá-la, mas percebe que é uma crueldade inútil, e se coloca de joelhos junto dela e brinca alegremente com a flor, isto é: acaricia-lhe as pétalas, sopra para que ela dance, zumbe feio uma abelha, cheira seu perfume, e deita finalmente debaixo da flor envolvido em uma enorme paz.
A flor pensa: "É como uma flor".

Julio Cortázar.
Do livro: Histórias de cronópios e de famas.
 Editora Civilização Brasileira, 10ª edição, 2007.












sábado, 25 de outubro de 2014

terceira nota sobre fronteiras

...
cada um acredita naquilo que escolhe acreditar
e depois esquece que se trata de escolha
e transforma as crenças em verdades não negociáveis

o problema não está nas crenças
mas no seu tratamento como verdades acima de todas as contingências
essa é a fronteira onde tudo começa a se complicar...
...



sábado, 23 de agosto de 2014

segunda nota sobre fronteiras

Sim, a história, ou as histórias conhecidas são as contadas pelos vitoriosos.

Todos os dias, não faltam escolas a nos ensinar como conquistar um lugar ao sol, como realizar os sonhos, como nos tornarmos vencedores num território de batalhas contínuas.

Os aprendizes dessas escolas, todas, parecem ser jovens para sempre, no auge de suas energias vitais pelo resto de suas vidas, senhores de todo poder de realização. Querer é poder! Eu quero, eu posso, eu realizo! Também são belos até o final dos tempos, sem, jamais, experimentar frustrações, e sem qualquer risco de se confessarem incapazes do que quer que seja...

Mas não tarda a chegar o momento quando o desejo não encontra resposta no que seja viável, quando as forças físicas não correspondem à agitação do pensamento ou das emoções, quando o discurso se desencontra das possibilidades de realização...

Onde estão as escolas nas quais se possa aprender a perder, a fracassar? Quem são os mestres sábios o bastante para ensinar a frustração? Quais as lições reservam a dura e necessária aprendizagem da impotência? Quando, afinal, aprenderemos a ser humanos?




sexta-feira, 22 de agosto de 2014

primeira nota sobre fronteiras

As fronteiras existem, sim!
E é bom que existam,
afinal são constituidoras dos sujeitos, 
das comunidades, das paisagens.

Há fronteiras mais flexíveis.
Outras tão mais fechadas, intransponíveis.

Já que as fronteiras estão aí, 
podemos fazer bordados nelas
trespassando seus territórios...



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Memórias de felicidade, e de saudade


Há certos estímulos à percepção que deflagram memórias especiais, convocadas de recônditos registros encravados no corpo, tantas vezes olvidadas. 

De onde vem, por exemplo, essa repentina alegria ao ver o lilás cintilante das petréias floridas no fim da tarde, oscilando com a brisa? 

Ou esta sensação de felicidade plena invadindo o corpo pelas narinas, quando o odor das sementes torradas da imburana de cheiro se espalha pela casa? 

Trata-se da mesma felicidade de que é portador o momento quando, no princípio da noite, as damas da noite eclodem, de botão em flor, aspergindo perfume invisível e inebriante à sua volta. 

Essa felicidade, que toma de assalto o frescor noturno, é sorvida pelos viventes das sombras. 

Na manhã seguinte, a visão da flor esmorecida, pendendo da haste, subtraído seu perfume, é tradução inequívoca de saudade...





sábado, 28 de setembro de 2013

Para abrir o coração



Para abrir o coração, sugere-se que se desatem os nós, 
que se afrouxem as amarras,
 que se deixe a brisa passar entre os vãos...
O bem-estar que resulta é incontestável.




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A vida é uma festa

p/ Prof. J. Bamberg
e por Dona Celina, in memorian

Quando chegamos não temos nem ideia
Da celebração para a qual fomos trazidos
Chegamos meio desconfortáveis, em protesto
Aos poucos, vamos aprendendo a tomar parte nela
Encontramos companhias, estabelecemos vínculos de afeto
Descobrimos que há também os desafetos

Nos primeiros tempos, a festa se desdobra em muitas frentes,
Tudo está por ser descoberto, aprendido, inaugurado
Tudo cheira a novo: a festa, nós...
Se algum dia deixaremos a festa? Não nos parece provável
Nem ela nem nós parecemos ter fim...

Pouco a pouco, acreditamos dominar, ao menos parcialmente, os mecanismos da festa
Ganhamos autonomia, força
Nos enchemos de razão
A festa é o nosso lugar!
Dos nossos primeiros parceiros, nem todos permaneceram na mesma festa
Muitos encontraram o que fazer em outras festas
(sim, há uma grande festa desdobrada em muitas, todas interligadas... no fim, é uma só...)
Alguns continuam ali por perto
Outros novos chegaram-se, ampliando as redes de afeto

Adiante, começamos a deixar certo protagonismo na festa
Para observá-la, e pensar sobre ela
A relação que estabelecemos, então, é de outra natureza
Os conflitos atenuam-se, as ansiedades também
Há menos urgência, há mais tolerância de nossa parte
Começamos já a compreender que nossa participação na festa é finita...
Lembranças, muitas, e cheias de intensidade!

Então chega o tempo em que os nossos começam a deixar a festa
(a grande festa, todas as festas...)
Não se fica numa festa para sempre!
Então buscamos por alguém, e descobrimos que se foi
Não tínhamos acabado de tratar de algum assunto com alguém, e se despede de nós
Queríamos ouvir uma voz, e ela já não está.
Alguns se demoram mais na festa, outros saem dela tão cedo
Alguns se despedem afetuosamente, 
Outros partem sem dizer adeus
Quantos nem tiveram tempo para acenar brevemente

Saudades

A festa não tem fim, nosso tempo nela, sim.

Venha comigo, meu amor, vamos cantar uma canção
As petréias em flor estão quase douradas com a luz do fim da tarde...





sexta-feira, 5 de julho de 2013

sinais da estação


os primeiros sinais do estio prolongado já se fazem sentir:

folhas secas cobrem as calçadas e gramados
algumas árvores colocam à mostra seus galhos nus
ipês rosa cobrem-se de flores
sibipirunas também começam a vestir-se de amarelo
os fins de tarde colocam-se, a cada dia, mais amarelos
as noites frias também são secas e longas

ao longe, discreta nuvem escura começa a enovelar a cidade

chegarão os dias quando ela parecerá densa e pesada sobre os edifícios
a respiração será difícil
e os olhos buscarão, no horizonte, algum sinal de chuva


quinta-feira, 13 de junho de 2013

estado de saturação

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sexta-feira, 7 de junho de 2013

que tudo passe

                              p/ Maria Geneci, com carinho


                    passe a noite
                    passe a peste
                    passe o verão
                    passe o inverno
                    passe a guerra
                    e passe a paz

                    passe o que nasce
                    passe o que nem
                    passe o que faz
                    passe o que faz-se

                    que tudo passe
                    e passe muito bem


(Paulo Leminski)




sexta-feira, 17 de maio de 2013

Transitivo




estende-se ao horizonte, belo, revolto mar
a certa altura, não é possível saber se o que avisto ainda é mar, chuva, ou já o céu...


sexta-feira, 12 de abril de 2013

quem ri o tempo todo é hiena


Há algum tempo, uma psicanalista me perguntou se eu ria o tempo todo, acreditando que, vivendo em boa companhia, eu teria motivos para tanto. Olhei para ela, sorri amarelo, e preferi silenciar, em meio ao burburinho do evento onde aconteceu tal interpelação. Mas pensei quem ri o tempo todo é hiena, e não é de alegria! Passei, também, a duvidar da sua formação psicanalítica.

Desde então, vez por outra, a sua pergunta ressoa em minha memória, e eu respondo, com veemência, não, eu não rio o tempo todo!

Aliás, eu quase sinto mais dor que alegria, mais angústia que deleite. 

Talvez a psicanalista em questão acredite que o palhaço não despregue da pele sua personagem, sem entender que a máscara risã esconde profunda tristeza - e essa afirmação chega já até a ser um clichê.

Não, eu não rio todo o tempo. E choro mais vezes do que possa deixar transparecer.

A propósito:

...


Máscaras. 
Tenho uma coleção de máscaras. 
Para cada ocasião, um papel,
a cada papel, uma composição especial. 

Nem sempre convincente na interpretação das personagens,
a atuação impressiona principalmente pela qualidade das máscaras. 

Durante anos, as tenho confeccionado, 
nas noites vazias, 
no vácuo dos dias sem sentido. 

Feitas com minha pele e meu sangue,
expressam meu medo e minha impotência, 
que transfiguro em gestos de gentileza,
suposta cordialidade. 

Minhas máscaras a rebordar meu rosto, 
a recompor minha forma, 
a repintar minh'alma.
Eu mesma.





segunda-feira, 7 de março de 2011

Coleta seletiva de lixo em Goiânia



lá lá lá lá lá lá lá
o caminhão da coleta seletiva de lixo vai tocando a música que sinaliza sua passagem
lá lá lá lá lá lá lá
mas vai chutado: mal aponta de um lado da rua, já desaparece do outro lado
lá lá lá lá lá lá lá
os garis vão dependurados atrás da carroceria, agarrados para não cair nas curvas e solavancos do caminho
lá lá lá lá lá lá lá
em que lugar estará o lixo reciclável a ser recolhido nesse caminhão?...
lá lá lá lá lá lá lá