quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Das coisas de que preciso tanto quanto do ar para respirar


Ouvir sons de origem não humana: pássaros, vento, chuva, trovoadas, macacos, cães, gatos, e quantos outros...

Ler poemas, contos, literatura ficcional... ficção científica restaura as energias...

Assistir a filmes ruins... se eu já os tiver visto anteriormente, uma ou mais vezes, tanto melhor...

Ouvir músicas consideradas ruins, cantá-las a plenos pulmões, como se o mundo estivesse por se acabar...

Assistir a bons filmes... se eu já os tiver visto anteriormente, renovo o encantamento, caso contrário, entrego-me à experiência da narrativa, para refazer as minhas...

Conversar fiado (com o perdão de Vilém Flusser... nem sempre estou disposta a exercícios de linguagem que possam expandir os horizontes do mundo reconhecível...)

Olhar o firmamento sem buscar nada... apenas deixar-me engolfar por ele...

Lembrar que tudo, tudo sem exceção, se perderá no tempo, como poeira ao vento...







terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Votos de Boas Festas com sabor de algodão doce




Uma das coisas boas que se pode fazer, quando viajamos, é pedir informações mesmo quando não precisamos, tão somente para ouvir as explicações das pessoas, interagir com elas.

Assim, mesmo sabendo que estávamos no caminho certo para sair rumo à cidade onde residíamos, meu marido resolveu confirmar nosso percurso. Paramos diante de uma pequena barraca, onde um homem vestido de Papai Noel operava um equipamento para fazer algodão doce. Diante dele, e sob seu olhar, um senhor de meia idade, cliente, estava muito concentrado preparando talvez aquele que seria o seu próprio algodão doce.

Nós os cumprimentamos, e meu marido pediu a informação. O senhor, cliente do Papai Noel, voltou-se para nós, sorriu, e começou a explicar que bastava seguirmos em frente, com atenção, pois havia muita fiscalização na estrada. Então aproximou-se do carro e ofereceu-me o algodão doce que ele próprio preparara. Sigam com cuidado, e que Deus os guie. Amém, respondemos. Ele insistiu muita atenção com os radares na estrada. Esses foram os seus votos, que retribuímos, desejando Feliz Natal a ambos, o Papai Noel e o seu cliente.

A vegetação muito verde, em resposta à temporada das chuvas, alongava-se até o horizonte, para encontrar com o céu muito azul, território de nuvens brancas, como o algodão doce enrolado num palito de madeira, preso à minha mão. Não me lembro de ter comido algum algodão doce antes... sempre ouvi da minha mãe que era puro açúcar e, portanto, deveria evitar. Mas ali, avançando pela estrada, aquele em especial tinha gosto de nuvem, céu e cerrado...

Acho que prefiro os Papai Noéis que vendem algodão doce, aos que fingem deixar presentes debaixo de árvores de Natal...

A propósito, que os tempos sejam sempre renovados para todos! Boas Festas!