quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

NÓS & NÓS: rastros de algumas presenças

Cada um que passa por ali, não passa: fica um pouco de si, leva um pouco de lá. Ficam rastros que levam a novos laços. Aqui, alguns rastros.

do Wolney, tramando absurdos!


da Glorinha Fulustreka, que fotografou os cirandeiros da Ciranda de Fogo

da Diná, que foi, foi novamente, levou outras pessoas, e deixou marcas delicadas.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

NÓS & NÓS: uma semana de intervenções












da crítica ao outro à crítica a mim mesma



O que parece óbvio, muita gente se esquece, ou sequer tem em consideração.

A "criticidade" passou a ser item da moda. O pensamento crítico, tomadas de posição crítica, relação crítica com o mundo, etc, etc. Mas como é mesmo esse exercício crítico do sujeito consigo mesmo, com os outros e seu meio?

Para ser crítico, é preciso, antes de qualquer coisa, conhecimento: não se critica aquilo que não se conhece. É preciso, também, se perguntar qual a finalidade da crítica. Afinal, se a crítica servir apenas como afirmação para quem a exerce diante do outro, sua natureza será egoísta. Vai daí, que humildade, alteridade, respeito ao outro são ingredientes indispensáveis ao exercício de qualquer crítica.

Ou seja, a crítica endereçada ao outro deve ser iniciada por outra crítica, que a antecede, esta, endereçada a mim mesma.

Assim seja.

(este pequeno texto foi escrito a partir da leitura do texto 
"Crítica, espírito crítico e outras obviedades",
 assinado por Mustafá Ali Kanso, numa publicação do HypeScience).



sábado, 23 de fevereiro de 2013

Meu amigo Du



Quando estacionei o carro na calçada, ele manifestou-se irritado dentro de casa, denunciando a possível invasão de estranhos. De dentro do carro também reclamei: Du, não me conhece mais? Então ele silenciou. Logo o avistei trazendo um tapete atravessado na boca. Postou-se à entrada do portão, batendo o rabo freneticamente. Não poderia receber melhores boas-vindas. Requebrava-se todo, com o tapete atravessado à boca. Já do lado de dentro, aceitei seu convite, brincando um pouco com ele: eu puxava o tapete por uma ponta, e ele pela outra, aos pulos, tentando tomá-lo da minha mão.

Entramos para a casa, e ele ficou à porta, vigiando e ouvindo nossa conversa. Mais tarde, quando retornei ao quintal, falando ao telefone, ele veio comigo. Ficou por ali, dissimulado, farejando a grama, observando o movimento de folhas e insetos. Ao final, lhe sorri, o que significou autorização para que viesse se encostar, buscando agrado. Sugeri-lhe então: Vá lá, busque seu tapete para brincar comigo mais um pouco. Não se fez de rogado e, prontamente, correu buscar o tapete. Desta vez, sua provocação comigo foi outra: quando me aproximava para pegar a ponta do tapete, saía correndo para outro lado e, com os olhos brilhando de alegria, ficava esperando pela minha aproximação. Ficamos ali, por algum tempo, correndo para lá e para cá.

Até que decidi retornar para a sala: Pronto, agora chega, não quero mais brincar: guarde seu tapete, vou entrar. Ele recolheu o tapete e foi, requebrando-se de alegria, guardá-lo no lugar de onde havia buscado. E postou-se à porta, com a barriga no chão para se refrescar, atento às nossas conversas. Na despedida, estava lá, com o velho tapete, o brinquedo do dia, atravessado à boca. Para oferecer-me um último ensaio de cabo de guerra, e um afago com a cabeça.

Meu amigo Du.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Pelo direito de ir e vir, de ser e conviver na diversidade



Estive em Cuba na segunda metade dos anos 90, no século passado. Fui participar de um congresso em Educação, dentro da política de turismo acadêmico que anima uma boa fatia das atividades econômicas da Ilha, na captação de dólares estrangeiros e no fortalecimento das discussões acadêmicas do país.

Chegamos a Havana quase meia noite. No hotel, cujas diárias foram pagas com antecedência, deparamo-nos com o primeiro problema: a prática de over booking nos deixara sem hospedagem. Sentados nos sofás dispostos no grande hall do hotel, aguardávamos por alguma solução, enquanto observávamos o ambiente. Mulheres exuberantes, calçando sapatos de plataformas muito altas e vestindo roupas douradas e prateadas circulavam por ali, acompanhadas de cavalheiros elegantes. Logo compreendi que os cassinos que dominavam o país na era do ditador Fulgêncio Batista haviam permanecido, de modo dissimulado, animando a economia cubana por frestas que interessam ao regime ali instalado. Compreendi, também, que as moças exuberantes, prostitutas de luxo, disponibilizavam seus préstimos a empresários estrangeiros dispostos a buscar diversão ali, na Ilha de Fidel. As prostitutas, por serem remuneradas em dólar norte-americano, podiam comprar artigos caros, não disponibilizados às demais mulheres da Ilha, nas parcas prateleiras de mercados onde circulavam/circulam dólares cubanos.

A professorinha de Educação Infantil, residente na província Ciego de Ávila, via em mim alguma possibilidade de contato e extensão fora da Ilha. Ela usava uma sapatilha sem salto – o único par de que dispunha – e um vestido com saia godê. Parecia um uniforme, usado pela maior parte das mulheres, obrigadas a comprar os poucos itens disponíveis nas lojas existentes - sem pluralidade de escolhas. Não posso me esquecer de seu olhar, mirando meu rosto. Seus olhos tentavam imaginar, sonhadores, tudo quanto os meus olhos já teriam testemunhado fora dali: paisagens, pessoas, coisas, eventos a que ela jamais teria acesso... Éramos professoras, as duas. Eu reunira economias durante muito tempo para financiar a viagem, em prestações distribuídas por longos meses. Apesar de tudo, esse fora um projeto viável para mim. No entanto, quando ela me perguntou quanto tudo teria custado, assustou-se: em toda a minha vida, não ganharei sequer uma parte desse valor!

Os funcionários do hotel, por terem contato direto com os hóspedes estrangeiros, tinham algumas regalias. Além disso, rapazes bem apessoados disponibilizavam-se para servir as mulheres hospedadas. Tinham em vista, quem sabe, conseguir emplacar alguma negociação, por exemplo, que resultasse em contrato de casamento. Assim, poderiam sair do país sob o amparo da lei. Havia, também, taxistas credenciados para atender turistas. Alguns deles com níveis muito altos de escolarização, embora vivessem com muitas dificuldades e restrições. Um deles não hesitou em oferecer-me alguns livros de seu acervo pessoal, como uma oportunidade de conseguir algum dinheiro extra.

Num desses dias, uma jovem estudante de medicina levou-me para almoçar em sua casa. Esse gesto gentil, afetuoso, implicou numa despesa extra muito grande em relação ao seu orçamento familiar: a compra de batatas extras, e um pouco mais de carne moída, representou um esforço inimaginável para nós, brasileiros! Na volta para o hotel, deparei-me com uma fila enorme numa praça. Eram candidatos a tomar a cota de sorvete à qual tinham direito, em regime de racionamento...

Algumas imagens não se apagaram da minha memória. Casas suntuosas em Habana nueva, e residências apertadas, populares, da Habana vieja. Carros velhos, reciclados, caminhões velhos adaptados para conduzir passageiros. E os discursos intermináveis de Fidel. Eu mesma assisti a um que durou cerca de 2 horas. Lá, contaram-me que, tendo em conta a paixão dos cubanos pelas novelas brasileiras, uma estratégia adotada pelo governo era programar a transmissão de seus pronunciamentos antes do horário da novela. Assim, os discursos tinham audiência garantida.

O povo cubano não é o seu governo, qualquer que seja ou tenha sido. Não basta assegurar alimento a todos – ainda que pouco. Altos níveis de escolarização sem liberdade de ir e vir perdem seu valor intrínseco. Restrições severas em condições de desigualdade na mesma sociedade revelam distorções e descaminhos que não correspondem a discursos de justiça social e garantia de direitos.

Qualquer governo totalitário é indesejável, seja à direita, ou à esquerda, tampouco no centrão. O convívio na diversidade é o pressuposto da democracia. Em nome desse direito inalienável, retomo aqui os três princípios da ética da solidariedade, também chamada de ética da tolerância, apresentados por Edgar Morin:

1.  O primeiro é buscado em Voltaire: “suas ideias me são odiosas, mas morrerei pelo direito que você tem de exprimi-las”;

2.  O segundo é buscado na instituição democrática: “O problema difícil que se coloca é que se tem de suportar algumas minorias que querem destruir a democracia”.

3.  O terceiro é buscado em Pascal e Niels Bohr: “o contrário da verdade não é um erro, mas uma verdade contrária”, e “o contrário de uma verdade profunda não é um erro, mas outra verdade profunda”.

A propósito, bem-vinda, bienvenida, Yoani Sánchez, mulher, blogueira, mãe de família, cidadã cubana! Sua presença nos faz ver feições nossas que, em outras condições, permaneceriam nas sombras, quem sabe por quanto tempo adiadas... De algumas dessas feições, tenho profunda vergonha: também como mulher, blogueira, educadora, cidadã brasileira, defensora do Estado democrático, do direito à alteridade. 

Yoani Sánchez nos dá várias lições: sua atuação como blogueira abre portas de diálogo, na diversidade, a despeito da conexão à internet de baixíssima velocidade à qual tem acesso, se considerarmos o que prevalece na maior parte do planeta globalizado. Ante as manifestações contrárias à sua presença no Brasil, ela se pronuncia argumentando pelo direito de se manifestar assegurado a todos. E acena pelo dia quando também possa testemunhar e participar desse tipo de manifestação em seu país.

Às vésperas do 8 de março, dia destinado a saudar os direitos das mulheres, cabe perguntar: que papel cumpre essa mulher no cenário internacional contemporâneo? De que lugar levantam-se os manifestantes, contrários e a favor dela?



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

NÓS & NÓS: fazer parte do trabalho artístico



Num trabalho como esse, a gente sente que pode entrar na galeria, que faz parte daquilo ali. A gente pode. Tem uma tesourinha, tem uma corda, a gente pode dar um lacinho, dar um nó. A gente pode. Normalmente eu não me sinto a vontade numa galeria. Uma exposição não é um lugar acolhedor. Sinto que aquele não é o meu lugar. É isso. Mas ali, daquele jeito que está a instalação, eu posso entrar, eu participo do trabalho de arte.

(depoimento de uma participante da
 instalação relacional NÓS & NÓS.
 20 de fevereiro de 2013)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

No set de filmagem, com Martins Muniz




Domingo intenso, com gravações o dia todo, para mais um filme dirigido por Martins Muniz, e realizado pelo Sistema CooperAção Amigos do Cinema.

Porque se viver não é preciso, fazer arte é preciso - é sinônimo de navegar!


sábado, 16 de fevereiro de 2013

NÓS & NÓS: montagem


Tudo quase pronto para recebermos vocês entre os dias 19 de fevereiro e 5 de março!






Instalação Relacional NÓS & NÓS
Alice Fátima Martins
Cleomar Rocha
Quéfren Crillanovick

Na Galeria da FAV
UFG - Campus II Samambaia
Abertura: 19 de fevereiro às 10h
Aberta à intervenção do público: de 19 de fevereiro a 5 de março

Leve retalhos, fios, cordões, para participar. Se não tiver nada disso, não se preocupe: nós temos. Mas não deixe de participar.



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Martins Muniz ataca outra vez!




Já estão em curso as providências e primeiras tomadas do próximo filme do Sistema CooperAção Amigos do Cinema, sob a regência do nosso querido Martins Muniz. Oba!




terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

aprendizagens indeléveis


Queria comprar metros de cordas, cordões, fios grossos de nylon. Fui atendida por um rapaz e um meninote. Para medir 30m de uma corda de algodão, o menino marcou 7,5m, dobrou, fez nova dobra: 7,5 x 2 x 2 = 30. Rapidamente, enovelou tudo entre o dedão da mão esquerda e o ombro, girando a corda com a mão direita. Pronto! O que mais?

Em seguida, pedi 20m de um cordão preto e 20m de outra corda. Então os dois puseram-se à empreitada: 5 x 2 x 2 = 20. Apesar da habilidade do meninote, o rapaz foi muito mais ágil, e terminou com largo espaço de tempo antes dele. Para sua surpresa. Eu me diverti ante a quase competição entre ambos. 

O rapaz decretou, quase vaidoso: Eu faço isso desde meus 5 anos, cara! Perguntei, então, com quem ele fora iniciado àquele afazer, já aos 5 anos. Com meu pai, no mercado. Era possível sentir o orgulho pulsante em sua fala. Pequenino, aprendera com o pai aquilo que seu corpo jamais esqueceria.

Fizeram as contas para chegar aos valores totais que eu deveria pagar, lançando mão de cálculos de funções matemáticas, daquelas que os estudantes penam em sala de aula para compreender. Para eles, era tudo muito fácil e rápido. Demorei alguns segundos para compreender os procedimentos que haviam adotado, e acompanhá-los com curiosidade e prazer. O uso da calculadora parecia cumprir o papel de mera demonstração para mim, cliente, de que não estavam inventando valores. 

À educação escolar cabe o desafio de reaprender o caminho que leve as aprendizagens de volta aos sentidos e aos afetos. O que não significa minimizar a complexidade dos procedimentos. Ao contrário: não é diminuindo a qualidade ou o rigor das aprendizagens que estabelecemos vínculo com a vida. 

A vida! Tão desafiadora que é!

Talvez seja isso: é possível que faltem desafios verdadeiros às aprendizagens propiciadas pela educação escolar...



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

desventuras de um dedo polegar...


Já se passaram quase 20 anos. Eu não estava bem em relação a uma pessoa muito querida, com quem tinha me desentendido. Ainda e assim, decidi levar-lhe umas frutas, conforme eu prometera. Pelo caminho, ia conversando, resmungando, argumentando, apresentando os motivos do meu descontentamento. À saída do elevador, a porta fechou-se sobre meu dedo polegar direito. Fui acolhida enquanto gemia de dor.   A unha não caiu, mas ficou com uma cicatriz: à altura do ferimento, ela passou a ter uma ondulação, na qual é mais frágil.
Aprendi, então, que unhas também podem guardar cicatrizes...

Tanto tempo depois, eu seguia, conversando com meus botões. Imaginava um diálogo com outra pessoa, a quem devotara afeto. No entanto, a certa altura, nos desencontráramos. Tentava, eu, compreender o que se passara. Buscava, também, esclarecer meu ponto de vista na história. Já estacionava, quando decidi colocar um ponto final na pendenga. Fui contundente em meus argumentos, explicando que ainda tinha muito afeto, mas não me esforçaria mais para mudar a situação. Decidida, saí do carro, e fechei a porta sobre o mesmo dedo polegar direito... 

Quando senti a dor e constatei o que havia feito, lembrei-me, de pronto, o que ocorrera há quase 20 anos. Senti que havia alguma relação entre o que sentira da primeira vez com o que estava sentindo naquele momento. Não consegui continuar pensando a respeito. A dor intensa embaralhou minha memória. Precisava tomar alguma providência para minimizar a dor e os ferimentos no dedo já tão magoado. As tristezas do espírito, cuidarei para que não se tornem amargura crônica...

Nada que um pouco de gelo com vinagre não dê jeito.



domingo, 10 de fevereiro de 2013

performance para liberar placentas presas


O galo já havia cantado uma vez, quando minha irmã, a segunda filha, nasceu. Passava, portanto, da meia noite, hora devidamente registrada em cartório, na certidão de nascimento.

Ocorre que, nascida a criança, não tinha quem fizesse o organismo expelir a placenta. A parteira, aflita apesar de toda a experiência e de todas as vidas trazidas ao mundo por suas mãos, resolveu arriscar uma última tentativa. Para isso, precisava contar com a disposição de meu pai, sujeito carrancudo, de poucas conversas, mas que também estava nervoso com a situação.

Pedagogicamente, explicou o procedimento: Compadre, o senhor vai sair, vai dar uma volta em torno da casa, e vai chegar pela porta da frente. Com o chapéu na mão, vai entrar no quarto e dar boa noite.

Teria que repetir três vezes.

Ele fez. No breu da madrugada, caminhou em torno da casa, entrou pela sala, e à porta do quarto, com o chapéu na mão, deu boa noite. Minha mãe respondeu. Então ele saiu. Ela ficou atenta, ouvindo os passos do marido ressoando à volta da casa. E esperou para responder os votos de boa noite pela segunda vez. Na terceira vez, a placenta se soltou.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

TRANS: VI SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA EM ARTE E CULTURA VISUAL





TRANS:

VI SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA EM ARTE E CULTURA VISUAL

GOIÂNIA, GO

10 a 12 de junho de 2013


Submissão de trabalhos: 11 de fevereiro a 20 de abril de 2013

Informações e inscrições: www.fav.ufg.br/seminario


Em 2013, o Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG) comemora 10 anos. Autorizado pela CAPES em 2003, como Programa de Pós-Graduação em Cultura Visual, ele muda de nome em 2010, com a aprovação de seu programa de doutorado, cuja primeira turma ingressa no ano seguinte.


Durante essa década, o Programa, pioneiro na institucionalização do campo de estudos da cultura visual no país, tem realizado anualmente o seu já tradicional seminário de pesquisa que, a partir de 2008, tornou-se nacional. O seminário organizado em torno da área de concentração do Programa – Arte, Cultura e Visualidades – procura reunir a cada edição pesquisadores brasileiros e estrangeiros com o objetivo principal de difundir e estimular a investigação e o debate no – e do – campo dos estudos de cultura visual.


O seminário de 2013 propõe o desafio de pensar o conceito de “trans” (que vai além, que atravessa) não apenas como tema, mas também como ponto de partida para nossas investigações, propiciando a criação de integrações possíveis entre a arte, a história, a ciência, o cinema, a teoria, a prática, o ativismo. Como podem os processos culturais e políticos inseridos no conceito de “trans” em transmediação, transepistemologia, transculturalidade, transdisciplinaridade, transexualidade marcarem não apenas cruzamentos de hibridização, mas também promoverem mudanças estruturais?


Assim, esperamos receber contribuições de pesquisas concluídas ou em andamento na forma de comunicações orais e/ou narrativas visuais que reflitam ou transgridam as zonas cinzentas entre e dentro de disciplinas acadêmicas, modelos teóricos e métodos de criação e produção de visualidades.


Afinal, como W. J. T. Mitchell, um dos nomes fundadores do campo da cultura visual, afirmou na conferência de abertura de nosso Programa de Doutorado, em 2011, (A vida das imagens), o importante sobre os estudos visuais é a indisciplina, aquela que pode romper certas fronteiras, abrir novos canais, ver novas coisas, perceber problemas sobre os quais não pensávamos antes.


Profa. Dra. Rosana Horio Monteiro

Coordenadora
VI Seminário Nacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual.







domingo, 3 de fevereiro de 2013

odores


fui à feira

entre as bancas, ia me deliciando com a multiplicidade de aromas
temperos úmidos, sementes secas, pó acomodado em tigelas
frutinhas vermelhas, amarelas, verdes
folhas macias, cascas desidratadas
raízes exalando memórias da terra de onde foram arrancadas...

queria trazer comigo algumas porções desses cheiros
etéreos, fugidios
mas capazes de imprimir marcas tão fundas nos sentidos...




sábado, 2 de fevereiro de 2013

NÓS & NÓS: instalação relacional






NÓS & NÓS é uma instalação relacional. A estrutura montada não pede outra coisa além da ação das pessoas, estabelecendo relações, fazendo laços, pontos, emendas, tecendo, tramando, ajustando, amarrando, cortando... E também fazendo pausas para ver, pensar, deixar o tempo passar... 

NÓS & NÓS esperamos por vocês. Muitos fios, fibras, tecidos, linhas, agulhas estarão lá, à disposição. Levem vocês também seus materiais. 

Esperamos também que vocês convidem outras pessoas: estudantes das escolas e outros centros, amigos, colegas, família...