sábado, 29 de janeiro de 2011

Baobás, aroeiras, angicos, angelins...



            Madrinha Castorina, Padrinho Carlos

Tia Edite, Tio Wilian, Tio Horaldo, Tia Norvina, Tio Amandio, Tia Valdecir

Tia Chiquita, D. Celina             

Tio Jair (disfarçado de mendigo), Tio Izaltino


Tio Jair, Tia Maria


sábado, 22 de janeiro de 2011

Rituais de chegada

I
Pessoas
Saindo da rodoviária, o taxista comentou: "Ôw, este mundo tá ruim demais: é carro, carro, carro... neeeeim! Qualquer dia a gente vai é ganhar dinheiro com terreninho na beira do córgo, alugando prá estacionamento!". Eu pensei: "Yessss! cheguei" Estava com saudade desse falar...

II
Animais
À porta de casa, Bruce, um cãozinho irritado, que mora no apartamento vizinho, manifesta-se latindo. De plantão, à porta da sala, reage a todo e qualquer movimento externo. "Fica quieto, Bruce!" Acho graça, reconhecendo o quão familiar me é esse estranho diálogo de chegada.


III
Pessoas
Outro taxista amigo nosso fez uma corrida comigo, mais ao final da tarde. Quando soube que eu teria de ir ao supermercado, antecipou-se: passou na casa dele, colocou na sacola uma penca de bananas, duas peras, meio melão, e me trouxe: "Hoje a senhora pode descansar da viagem. Amanhã vai ao supermercado". Eu estava com saudades dessas pessoas...

IV
Pessoas e animais
No mesmo dia, fui visitar minha vizinha, abraçá-la, saber das notícias. E dar oi à Lola, que conversa comigo, canta e assovia, pela janela da cozinha, nos finais de tarde quentes. Estava indócil, com calor. Demos-lhe um banho, com um borrifador de água. Animada, ela abria as asas, arrepiava-se, agitava a cabecinha, molhando todas as penas. Ensaiava pequenos vôos frustrados. Ficou feliz, a papagaia. Feliz e feia, muito feia, com as penas arrepiadas, desgrenhadas.

V
Pessoas? Animais?...
No balão, mais conhecido como rotatória, o motoqueiro passou em alta velocidade, desconsiderando que a preferência, na via, não era dele. Em seguida, uma camionete cabine dupla avançou na contramão, numa via de mão única. Já na praça, dois caminhõezinhos manobravam, indiferentes ao fluxo de automóveis, inviabilizando as três faixas da avenida. Eeeeeh, Goyaz! Cheguei, cheguei mesmo!




quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fronteiras 2

soja

                                                                                         soja, campo e mato 


campo e estrada

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Bueyes

LA CARRETA

Néike.. néike... viejo tigre
néike... néike... picaflor.

En el rancho nos espera
la morena de mi amor
con el mate saludando
nos dará su corazón.

La carreta es el rancho que camina
con el tiempo ha dormido en su rodar
en el alma apacible del abriego
con su ansia fatigada de esperar.

Con sus cuernos van los bueyes hilvanando
el camino con paciencia patriarcal
de quien sabe, que es inútil apurarse
mientras dice el boyero su cantar.

La picana rebolea amenazante
y castiga implacable al pobre buey
que devuelve las heridas que recibe
con un rojo clavel sobre la piel.
(Polca de Manuel Frutos Pane)








domingo, 16 de janeiro de 2011

Fronteiras

Este marco marca uma fronteira...

(Divisa do Brasil com o Paraguai. Ao fundo, plantação de soja.)


(Registro da morte de alguém, em acidente, à beira da rodovia.)


este marco marca outra fronteira...



domingo, 2 de janeiro de 2011

Presidente ou presidenta...

Não posso concordar com a posição de Pilar del Rio, que qualifica como néscio quem prefira atribuir o termo presidente tanto para homens quanto para mulheres. Começo por chamar a atenção para o grande número de palavras, na língua portuguesa, que atendem tanto o gênero masculino, quanto o feminino, ou quaisquer outros. São unissex. O que faz delas palavras atualíssimas, em total sintonia com as demandas contemporâneas: adéquam-se a todos os gêneros, sem discriminações. Ela me veio, sorridente. A paciente teve alta. A força insurgente não se dispersou pela atuação competente das lideranças... Dilma Rousseff, a primeira mulher brasileira a se tornar presidente do país.

Definitivamente, não é néscio quem conhece as potencialidades e sutilezas de sua língua, e faz uso delas em suas possibilidades – esse, o maior equívoco da Sra. Pilar del Rio.

A adoção do termo presidenta tem, sobretudo, sustentação política, na reivindicação do respeito à atuação de mulheres admiráveis no decurso da história, muitas delas olvidadas ou escondidas à sombra dos poderios masculinos. Essa adoção é uma possibilidade absolutamente procedente. Mais que isso: tem abrigo da língua, esta senhora que acolhe mudanças em seu largo colo. Presidenta é termo que integra os novos dicionários da língua portuguesa, trazido ao uso por aclamação.

Pronto: não há razão para contendas. Toda mulher que presida alguma instituição e prefira ser referida como presidenta, expresse seu desejo, e cumpra-se. O que não deve ser traduzido na sua imposição. Toda imposição é excludente e autoritária. Portanto, burra. 

A mim, parece-me muito mais interessante, instigante, divertido, usufruir das potencialidades da língua para o acolhimento de nuances sob o mesmo termo, o mesmo abraço, a mesma denominação.

Vida longa à Sra Pilar del Rio, Presidenta da Fundação José Saramago!

Vida longa à Exma. Sra. Dilma Rousseff, Presidente do Brasil!