Não posso concordar com a posição de Pilar del Rio, que qualifica como néscio quem prefira atribuir o termo presidente tanto para homens quanto para mulheres. Começo por chamar a atenção para o grande número de palavras, na língua portuguesa, que atendem tanto o gênero masculino, quanto o feminino, ou quaisquer outros. São unissex. O que faz delas palavras atualíssimas, em total sintonia com as demandas contemporâneas: adéquam-se a todos os gêneros, sem discriminações. Ela me veio, sorridente. A paciente teve alta. A força insurgente não se dispersou pela atuação competente das lideranças... Dilma Rousseff, a primeira mulher brasileira a se tornar presidente do país.
Definitivamente, não é néscio quem conhece as potencialidades e sutilezas de sua língua, e faz uso delas em suas possibilidades – esse, o maior equívoco da Sra. Pilar del Rio.
A adoção do termo presidenta tem, sobretudo, sustentação política, na reivindicação do respeito à atuação de mulheres admiráveis no decurso da história, muitas delas olvidadas ou escondidas à sombra dos poderios masculinos. Essa adoção é uma possibilidade absolutamente procedente. Mais que isso: tem abrigo da língua, esta senhora que acolhe mudanças em seu largo colo. Presidenta é termo que integra os novos dicionários da língua portuguesa, trazido ao uso por aclamação.
Pronto: não há razão para contendas. Toda mulher que presida alguma instituição e prefira ser referida como presidenta, expresse seu desejo, e cumpra-se. O que não deve ser traduzido na sua imposição. Toda imposição é excludente e autoritária. Portanto, burra.
A mim, parece-me muito mais interessante, instigante, divertido, usufruir das potencialidades da língua para o acolhimento de nuances sob o mesmo termo, o mesmo abraço, a mesma denominação.
Vida longa à Sra Pilar del Rio, Presidenta da Fundação José Saramago!
Vida longa à Exma. Sra. Dilma Rousseff, Presidente do Brasil!
copiei! e vc arrasou, bjooo
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