sábado, 28 de setembro de 2013

Para abrir o coração



Para abrir o coração, sugere-se que se desatem os nós, 
que se afrouxem as amarras,
 que se deixe a brisa passar entre os vãos...
O bem-estar que resulta é incontestável.




quinta-feira, 26 de setembro de 2013

NÓS & NÓS na Cidade de Goiás
















Instalação Relacional NÓS & NÓS
Alice Fátima Martins
Cleomar Rocha
Quéfren Crillanovick

Na Praça do Chafariz, durante o XI Festival de Arte de Goiás, de 23 a 26 de setembro, na Cidade de Goiás, promovido pelo Instituto Federal de Goiás.





aos que vão chegar



são as aranhas chegando, para habitar NÓS & NÓS
são os "meta-humanos, não é, tia?"
é NÓS todos aqui...

sábado, 21 de setembro de 2013

pequena homenagem às árvores do cerrado




Nem tudo que é torto é errado
Veja as pernas do Garrincha
E as árvores do cerrado
(Nicolas Behr)







Cenas goianas


O trânsito naquele setor da cidade, no sábado pela manhã, é insano. Lojas que vendem de tudo ficam apinhadas de pessoas, e as ruas apinham-se de carros, bicicletas, gentes a pé, caminhões... O sol escaldante completa o ambiente, banhando de suor todos quantos estejam fora de salas com ar condicionado.

Fui a uma galeria com armarinhos. O taxista, que é um amigo querido, encostou o carro numa esquina próxima, mal posicionado, abriu as portas, e ficou ali do lado de fora, observando o movimento, enquanto chupava um picolé para refrescar.

Providenciei o que precisava, e retornei, com três sacolas pesadas. Embarcamos no carro, para prosseguir. Ele girou a chave na ignição. O motor reagiu, sem força, e não deu partida. Ele girou a chave pela segunda vez, sem obter qualquer resposta. “Ih, esta bateria me deixou na mão...”, constatou. “Ontem ela já fez isso, mas era num lugar onde dava para pegar no tranco. Aqui... vai ser difícil”. Olhei à volta, e constatei que, de fato, seria difícil empurrar algum carro em meio àquele trânsito, para pegar no tranco. Ele passou as mãos no rosto, como a buscar alguma solução, enquanto eu ria. Mas nem ele nem eu tivemos muito tempo para pensar. Do meu lado, um homem alto se aproximou, acenando para alguém atrás do carro: “Fulano, ajuda a empurrar este carro aqui!”. Mal ouvi a frase, e o carro já começou a rodar, empurrado pelos dois desconhecidos. Que susto! O taxista rapidamente engatou a segunda marcha, e em questão de segundos o carro já seguia entre o fluxo de carros da rua congestionada, funcionando normalmente. Não tivemos tempo para dizer "Obrigado!"

Claro está que um carro parado ali, à espera de socorro, era problema para todos os trabalhadores do lugar bem como para os que por ali passassem. Mas também claro está que a disposição e a prontidão para ajudar transbordava ali naquele momento. Não temos a menor ideia de quem fossem os dois colaboradores. Sequer vimos seus rostos.

Em nome deles, minha gratidão e respeito a todos quantos sigam pelas ruas, prontos a ajudar, anonimamente, pela mera disposição para que o mundo seja, ao menos, um pouco melhor.




sexta-feira, 20 de setembro de 2013

viuvinha

Finalmente descobri porque a petréia também é conhecida como viuvinha: para cada pequena flor que cai, fica uma lágrima, ali, delicada, dor da perda...







sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Hacer arte


Hacer arte de acuerdo a los cánones hegemônicos
cementa la unidireccionalidad de la información,
no es una forma de crear,
sino una forma más refinada
y compleja de consumir.

Camnitzer, referido por Adofo Albán Achinte. 
Artistas indégenas y afrocolombianos: entre las memorias y las cosmovisiones.
 in Arte y estética en la encrucijada descolonial, Zulma Palermo (comp.)





quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A vida é uma festa

p/ Prof. J. Bamberg
e por Dona Celina, in memorian

Quando chegamos não temos nem ideia
Da celebração para a qual fomos trazidos
Chegamos meio desconfortáveis, em protesto
Aos poucos, vamos aprendendo a tomar parte nela
Encontramos companhias, estabelecemos vínculos de afeto
Descobrimos que há também os desafetos

Nos primeiros tempos, a festa se desdobra em muitas frentes,
Tudo está por ser descoberto, aprendido, inaugurado
Tudo cheira a novo: a festa, nós...
Se algum dia deixaremos a festa? Não nos parece provável
Nem ela nem nós parecemos ter fim...

Pouco a pouco, acreditamos dominar, ao menos parcialmente, os mecanismos da festa
Ganhamos autonomia, força
Nos enchemos de razão
A festa é o nosso lugar!
Dos nossos primeiros parceiros, nem todos permaneceram na mesma festa
Muitos encontraram o que fazer em outras festas
(sim, há uma grande festa desdobrada em muitas, todas interligadas... no fim, é uma só...)
Alguns continuam ali por perto
Outros novos chegaram-se, ampliando as redes de afeto

Adiante, começamos a deixar certo protagonismo na festa
Para observá-la, e pensar sobre ela
A relação que estabelecemos, então, é de outra natureza
Os conflitos atenuam-se, as ansiedades também
Há menos urgência, há mais tolerância de nossa parte
Começamos já a compreender que nossa participação na festa é finita...
Lembranças, muitas, e cheias de intensidade!

Então chega o tempo em que os nossos começam a deixar a festa
(a grande festa, todas as festas...)
Não se fica numa festa para sempre!
Então buscamos por alguém, e descobrimos que se foi
Não tínhamos acabado de tratar de algum assunto com alguém, e se despede de nós
Queríamos ouvir uma voz, e ela já não está.
Alguns se demoram mais na festa, outros saem dela tão cedo
Alguns se despedem afetuosamente, 
Outros partem sem dizer adeus
Quantos nem tiveram tempo para acenar brevemente

Saudades

A festa não tem fim, nosso tempo nela, sim.

Venha comigo, meu amor, vamos cantar uma canção
As petréias em flor estão quase douradas com a luz do fim da tarde...





domingo, 1 de setembro de 2013

Pausa...




As pausas são como goles de água fresca, lufadas de oxigênio, pancada de chuva num dia seco e calorento.