p/ Prof. J. Bamberg
e por Dona Celina, in memorian
e por Dona Celina, in memorian
Quando chegamos não temos nem ideia
Da celebração para a qual fomos trazidos
Chegamos meio desconfortáveis, em protesto
Aos poucos, vamos aprendendo a tomar parte nela
Encontramos companhias, estabelecemos vínculos de afeto
Descobrimos que há também os desafetos
Nos primeiros tempos, a festa se desdobra em muitas
frentes,
Tudo está por ser descoberto, aprendido, inaugurado
Tudo cheira a novo: a festa, nós...
Se algum dia deixaremos a festa? Não nos parece provável
Nem ela nem nós parecemos ter fim...
Nem ela nem nós parecemos ter fim...
Pouco a pouco, acreditamos dominar, ao menos
parcialmente, os mecanismos da festa
Ganhamos autonomia, força
Nos enchemos de razão
A festa é o nosso lugar!
Dos nossos primeiros parceiros, nem todos permaneceram na
mesma festa
Muitos encontraram o que fazer em outras festas
(sim, há uma grande festa desdobrada em muitas, todas
interligadas... no fim, é uma só...)
Alguns continuam ali por perto
Outros novos chegaram-se, ampliando as redes de afeto
Adiante, começamos a deixar certo protagonismo na festa
Para observá-la, e pensar sobre ela
A relação que estabelecemos, então, é de outra natureza
Os conflitos atenuam-se, as ansiedades também
Há menos urgência, há mais tolerância de nossa parte
Começamos já a compreender que nossa participação na
festa é finita...
Lembranças, muitas, e cheias de intensidade!
Lembranças, muitas, e cheias de intensidade!
Então chega o tempo em que os nossos começam a deixar a
festa
(a grande festa, todas as festas...)
Não se fica numa festa para sempre!
Então buscamos por alguém, e descobrimos que se foi
Não tínhamos acabado de tratar de algum assunto com
alguém, e se despede de nós
Queríamos ouvir uma voz, e ela já não está.
Alguns se demoram mais na festa, outros saem dela tão
cedo
Alguns se despedem afetuosamente,
Outros partem sem dizer adeus
Quantos nem tiveram tempo para acenar brevemente
Saudades
A festa não tem fim, nosso tempo nela, sim.
Venha comigo, meu amor, vamos cantar uma canção
As petréias em flor estão quase douradas com a luz do fim da tarde...
Grato,gratíssimo!... Em certos momentos,apesar de tudo,rememoro o folguêdo, 'líndru amô',que nos ensina a pautar a Vida por outros arranjos mais leves,saudáveis ...Apesar de tudo,sim,a Vida,vale,e,tantíssimo,sempre!...
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