sábado, 23 de agosto de 2014

segunda nota sobre fronteiras

Sim, a história, ou as histórias conhecidas são as contadas pelos vitoriosos.

Todos os dias, não faltam escolas a nos ensinar como conquistar um lugar ao sol, como realizar os sonhos, como nos tornarmos vencedores num território de batalhas contínuas.

Os aprendizes dessas escolas, todas, parecem ser jovens para sempre, no auge de suas energias vitais pelo resto de suas vidas, senhores de todo poder de realização. Querer é poder! Eu quero, eu posso, eu realizo! Também são belos até o final dos tempos, sem, jamais, experimentar frustrações, e sem qualquer risco de se confessarem incapazes do que quer que seja...

Mas não tarda a chegar o momento quando o desejo não encontra resposta no que seja viável, quando as forças físicas não correspondem à agitação do pensamento ou das emoções, quando o discurso se desencontra das possibilidades de realização...

Onde estão as escolas nas quais se possa aprender a perder, a fracassar? Quem são os mestres sábios o bastante para ensinar a frustração? Quais as lições reservam a dura e necessária aprendizagem da impotência? Quando, afinal, aprenderemos a ser humanos?




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