Um cronópio encontra uma flor
solitária no meio dos campos. Primeiro pensa em arrancá-la, mas percebe que é
uma crueldade inútil, e se coloca de joelhos junto dela e brinca alegremente
com a flor, isto é: acaricia-lhe as pétalas, sopra para que ela dance, zumbe
feio uma abelha, cheira seu perfume, e deita finalmente debaixo da flor
envolvido em uma enorme paz.
A flor pensa: "É como uma
flor".
Julio Cortázar.
Do livro: Histórias de
cronópios e de famas.
Editora Civilização Brasileira, 10ª edição, 2007.
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