domingo, 4 de outubro de 2015

Um cão para o menino



Domingo calorento. A família foi passear na feira de artesanato. Aproveitaram para ouvir histórias contadas pela Glorinha Fulustreka, com seus baús encantados, de onde se tiram livros, lagartas, boiungas, bolos da macaca, poesia, e tantas outras tranqueiras. O pai, a mãe e a avó sentaram-se sobre os panos recortados, distribuídos no chão, estrategicamente, com pequenas trovas manuscritas pela Glorinha. O menino, com seus cerca de 8 anos, ouviu um pouco das histórias, levantou-se, sentou-se, levantou novamente, e se sumiu entre os movimentos das gentes, entre as bancas e os demais encantamentos da feira. A mãe, o pai e a avó ficaram ali, enlevados pelas histórias. Até que o menino voltou. Trazia um filhotinho de cachorro no colo. Vinha como quem porta um bem precioso. Sentou-se, olhou para pai, mãe e avó, explicando: “Ganhei!”. Sorria com a alegria de quem se sente abençoado. Os três adultos olharam-se, quase pálidos. “Não, vai devolver! Ganhou de quem?” “Da mulher! Ali! Ela me meu. Não posso devolver! É meu! Eu vou cuidar dele”. O pai foi até o lugar apontado pelo filho. A mulher confirmou: dera o cãozinho para o menino. No domingo calorento, a família estava aumentada quando voltou da feira.









Nenhum comentário:

Postar um comentário