Depois do almoço, a Menina lavava a louça numa bacia apoiada num jirau, na varanda. Depois enxaguava noutra bacia com água limpa e morna. Eventualmente, abelhas e borboletas gostam de ficar bebericando da água da bacia com sabão.
Naquele dia, uma abelhinha ficou ali, passeando na beira da bacia, até que, numa manobra descuidada, caiu na água. Agitou as asinhas com força. Mas o movimento a afastou ainda mais da borda.
A Menina ficou observando a pequena abelha, e aos poucos foi tomada por um sentimento de compaixão. Decidiu ajudá-la, para que não sucumbisse ao mar de água com sabão. Estendeu o dedo próximo à abelha que aceitou a oferta. Ela subiu para o porto seguro, agitou as asas molhadas, sacudiu as pernas, moveu o pequeno corpo, e enterrou o ferrão no dedo salvador. A Menina sacudiu o dedo, num grito de dor. Atirou a abelha longe. Foi em sua busca, pisando com força, para que não ferroasse mais ninguém... Voltou aos seus afazeres com o dedo inchado e dolorido...
O cabo de um talher, uma palha, uma tampa teria evitado o desastre da salvação. Quem haveria de lembrar-se do detalhe?
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