Tristeza
Desde meados do ano passado, tenho tentado falar com Seu Zagati, ao telefone, sem sucesso. A chamada para o número por meio do qual eu, usualmente, conversava com ele, não completava.
O que teria acontecido? Cheguei a imaginar que, ante as dificuldades financeiras, ele não tivesse pago a conta, e a linha fora cortada.
Passou o Natal, o Ano Novo, sem contato com nosso querido amigo.
Hoje lembrei-me de buscar pela jornalista Cristina Aguilera, em Taboão da Serra, pessoa a quem ele sempre se referia com carinho e respeito, e cujo telefone ele me informara em nossos primeiros contatos.
Ela contou-me, então, com a voz embargada, a notícia do desfazimento do sonho. A esperança no projeto humano acaba de diminuir um pouco mais.
Seu José Zagati, que ganhou visibilidade até na mídia internacional, e o título de cidadão taboaense, não contava com apoio local nenhum para seu projeto. A dificuldade era tamanha, que chegou às raias de passar fome. Perdeu, também, o apoio da família. Dona Magdalena, a esposa, que já não gostava muito da história do cineminha, acirrou o confronto com o projeto de sonho do marido. Desgostoso, Seu José Zagati separou-se dela, vendeu a casa, onde ficava a sede do cinema, a preço de banana, deu-lhe a metade para que ela pudesse retornar para o Nordeste, e sumiu, deixando o sonho para trás.
Parece que seguiu para Santos. Talvez esteja vivendo de vender sabe-se lá o que na praia.
Cristina Aguilera conta que sequer dela ele se despediu. Talvez na certeza de que ela tentaria demovê-lo da ideia de ir-se embora.
Quem pode me ajudar a reencontrar o Sr. José Zagati?
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