quinta-feira, 5 de julho de 2012

Greve de professores x greve de motoristas de ônibus. Ou: para evitar que não haja desgaste das peças...




Noutro dia, o síndico do meu prédio me procurou. Queria que eu o ajudasse na revisão de um comunicado a ser divulgado entre os condôminos. Num ponto do texto, ele explicava certa providência tomada, justificando que era para “evitar que não houvesse desgaste das peças”. Chamei sua atenção para o fato de que ele estaria assumindo que tal procedimento era para provocar o desgaste das tais peças. Ele não compreendeu muito minha explicação. Lemos, juntos, o trecho, tentei mostrar de outra maneira o efeito reverso da estrutura da frase que ele montara. Ao final, mais confiando em mim do que compreendendo o problema, pediu-me que eu mesma corrigisse, para ele imprimir a versão final. Comentou, com um sorriso afável: “Ainda bem que posso contar com uma professora para me ajudar...” Ele tem curso superior, com formação na área de informática, e diploma obtido numa faculdade de iniciativa privada. Atua no mercado há muitos anos.

Ontem, foi amplamente divulgada a greve dos rodoviários, em Recife, já em seu segundo dia. De um lado, a população pena para conseguir se deslocar pela cidade, de outro lado, motoristas e patrões não chegaram, ainda, a um acordo. Esses dados informam, afinal, já ter havido rodada de negociação. Enquanto isso, a greve de professores, estudantes e funcionários nas universidades federais de todo o país vai completando seu segundo mês (e não o segundo dia...) com quase nenhum espaço sério de informação nas mídias diversas, e sem qualquer aceno de negociação por parte do governo federal.

Começo a achar que eu me equivoquei, e o síndico estava certo: os caras estão mesmo evitando que não haja desgaste das peças...

Salve o Corinthians...



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