p/ Nhá Delu, in memoriam
e J. Bamberg
Em 2010, quando voltava de Cachoeira, passei por Salvador.
Fomos visitar Nhá Delu, que eu ainda não conhecia. Linda, vaidosa, aguardava-nos
bem acomodada a uma poltrona, na sala ampla de seu apartamento voltado para o mar. Sentei-me ao
seu lado. Cercados dos demais familiares, o burburinho da conversa tinha
tonalidades de alegria, saudades, encantamentos. Não demorou muito para que eu
conhecesse outra habitante do lugar, uma calopsita branca, por quem fui adotada,
e veio cochichar arrulhos ao meu ouvido, enredando-se nos meus cabelos. Fiquei ali,
sentindo-me abraçada pelo afago da mão de Nhá Delu, segurando firmemente a
minha, e a calopsita instalada em meu ombro.
Memória de afeto e acolhimento.
Ontem, Nhá Delu nos deixou, seguindo a viagem solitária
que todos faremos, mais dia, menos dia...
Saudades.
Em tempo: os ipês brancos cobriram-se de flores. Delicada florada, não dura mais que uns poucos dias. Mal nos surpreendemos com sua beleza, já não está lá... assim...
Lindo texto,delicado e rico!...Lindíssimo relato de memória de alguém tão amante da boa amizade e de dedicação mais repleta de alegrias ao fazê-lo,indiscriminadamente... Abençoada Nhá Delú,que o SS.Espírito lhe guarde em lugar santo...
ResponderExcluirGratíssimo!...