segunda-feira, 30 de julho de 2012

A quem interessar possa: não guardo lugar na fila, nem vigio carros na rua...




Entramos na fila para atendimento no balcão de uma empresa aérea. Enquanto a funcionária atendia um grupo de pessoas, duas pessoas esperavam antes de nós. Um bom tempo depois, uma senhora muito vaidosa, bem maquiada, chegou-se, como quem não quer nada, e se posicionou à nossa frente. Ante nosso olhar de indagação, explicou: “Eu já estava aqui. Algum problema?” Todos os problemas, minha senhora! Praticava, ela, o velho hábito de “guardar lugar na fila” enquanto vai ali, dar uma voltinha... Problema de quem dá a bobeira de ficar na fila...

Noutro dia, no supermercado, entrei na fila do caixa rápido. À minha frente, uma senhora empurrava um carrinho. Suas compras ultrapassavam, em muito, os 15 itens configurados para aquele tipo de atendimento. Algum dia eu também entraria naquela fila com mais que 15 itens no carrinho, pensei. Logo ela me olhou, e pediu-me, com desenvoltura: “Eu me esqueci de pegar uma coisa. Você olha o meu carrinho, enquanto eu vou buscar?”. Naquele dia, em especial, eu queria voltar em paz, para casa. Então assenti com um gesto mínimo, e fiquei ali, empurrando o carrinho dela com o meu próprio carrinho, meio a contragosto. Mas a dona demorou-se bem mais do que o tempo necessário para ir até a prateleira e retornar. Aliás, cheguei até à metade do percurso, quando a fila entrava por um corredor estreito, antes de desembocar na área dos caixas. Ali, acomodei seu carrinho fora da fila, e segui, só com o meu. Já chegada a minha vez de ser atendida, ela apareceu, sorridente. “Cadê?”, perguntou-me. Eu ri. “A senhora não achou, mesmo, que eu iria trazer o seu carrinho até aqui, não é?”. E lhe apontei onde estava, devidamente estacionado entre algumas gôndolas de promoções. Claro está que fui qualificada como mal educada...

No estacionamento de outro supermercado, depois de colocar as compras no meu carro, fui devolver o carrinho ao lugar devido. Enquanto isso, uma senhora, que tentava estacionar numa vaga ao lado do meu, retirara dois carrinhos dali, e os posicionara impedindo a saída do meu carro. Retornei nesse exato momento. Sem acreditar na cena que eu testemunhava, a adverti: “Muito obrigada pelo favor de trancar o meu carro, enquanto abre a vaga para estacionar o seu!”. Ao que ela, prontamente respondeu: “Por nada”, com um breve sorriso. Eu devolvi os dois carrinhos à vaga pleiteada por ela, e desafiei: “Quero ver você estacionar, agora!”. “Se eu soubesse que o carro era seu, não teria feito isso!” Justificou, enquanto providenciava a retirada dos carrinhos, novamente. Para posicioná-los trancando outro carro...

Situação mais divertida que essa aconteceu numa esquina da Rua 3, no centro. Enquanto aguardava o taxista, eu observava o movimento das pessoas. Minha atenção voltou-se para uma jovem senhora estacionando seu veículo bem na esquina, formando uma diagonal. Sem se importar por estar importunando o fluxo dos demais veículos, manobrou para lá, para cá, várias vezes. E eu ali, ponderando a situação. Quando se deu por satisfeita, desligou o carro, e saiu. Observou-o, quase no meio da rua. Olhou-me e desfechou a pérola: “Oi, você vigia meu carro enquanto eu vou ali, e já volto, rapidinho?” Está bem, eu reconheço ter perdido a melhor oportunidade que já tive de ganhar um trocado enquanto esperava o táxi. Claro, com minhas qualificações, teria de cobrar um pouco mais caro do que a tabela geral do mercado... Mas não, não pude deixar de manifestar com ênfase minha indignação – nem tanto com o pedido para eu vigiar, mas com o carro deixado no meio da rua, atrapalhando os demais. Ela me olhou com quase candura. E seguiu seu caminho. Para ela, minha reação é que estava fora do esquadro...

Y así pasan los dias en Goiás...



Nenhum comentário:

Postar um comentário