segunda-feira, 23 de maio de 2011

Lola e a vizinhança briguenta


No último sábado, os ânimos no prédio onde moro estavam alterados. A bem da verdade, talvez os ânimos de uma certa família, instalada no 5º andar, estivessem no seu nível normal de tensão: às turras uns com os outros. O fato é que, no meio da tarde, mãe e filha começaram a brigar, e os berros das duas reverberavam no vão entre as duas alas de apartamentos. Chingavam-se mutuamente, batiam nas coisas, deslocavam-se pelo espaço.

Abaixo, moradora do 1º andar, Lola animou-se com a movimentação. Integrou-se às falações, fazendo uso de seu parco, mas estridente e simpático, repertório de palavras e frases, em resposta a cada grito que ouvia. “Minháu!...”; “Dá o pé, Lola!”; “Loooolaaaa!”. E se ria. Gargalhava. Eu me divertia com ela. Sua dona repreendia: “Cala a boca, Lola, não é festa!”. Para ela, era, sim.  Sorte dela.


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