sábado, 21 de dezembro de 2013

Razões para evitar fazer compras no Empório Casarão...


Para aqueles que não conhecem Goiânia, ou não andam pelas bandas do Setor Aeroporto, o Empório Casarão oferece um cardápio apetitoso de itens culinários, desde verdes e frescas alfaces, passando por uma padaria com itens surpreendentes, temperos secos perfumados, vinhos e vinagres deliciosos, macarrões japoneses, a doces cortados em fatia capazes de encher a boca de água ao primeiro olhar, por exemplo. Como vem revestido por uma embalagem ao estilo boutique, cada tópico, em geral, aparece bem mais caro, chegando a alcançar o dobro do preço – ou até mais – em relação aos supermercados próximos, ou às feiras livres. No entanto, há alguns produtos que ali são vendidos quase com exclusividade, como é o caso da batata yakon – dificilmente encontro em outros lugares – ou do radiche roxo.

Há algum tempo deixei de frequentar regularmente o Empório Casarão. Já havia me queixado a respeito de muitas frutas estragadas em meio às sadias, e das batatas yakon em mau estado de conservação. Queixas que, embora tenham sido ouvidas pelo gerente, não tiveram encaminhamento de solução. Mas minha decisão de evitar o retorno teve por marco mais forte quando, tendo comprado um pão integral com nozes, em casa constatei se tratar de pão velho, ressecado, com odor ligeiramente azedo. Considerando todo o contexto, cheguei à conclusão de que, como consumidora, não preciso desperdiçar meu tempo, meu humor, e minhas economias naquele estabelecimento.

Depois de um bom tempo, hoje retornei. Senti falta das batatas yakon, e também de um galho de erva doce para a salada. Fui lá, verificar como estavam os produtos. Encontrei-os, em bom estado. Reencontrei, também, o empório, como de sempre. Havia me esquecido do outro item, obrigatório, que me empurra para longe: a falta de educação da elite, de parte significativa daqueles que têm condições de pagar pelos itens caros. Falta de educação que se potencializa às vésperas das festas de fim de ano.

Observo seus comportamentos, e enojo-me. Não posso ser injusta: não são todos. Mas a falta de educação prevalece. Esses, os mal educados, agem como se todos os demais tivessem obrigação de servi-los, porquanto paguem a conta. E embora arquem com os custos de item caros, não são generosos, ao contrário. Vão deixando carros abarrotados em lugares de trânsito. Empurram os demais, acreditando-se eleitos para passar à frente. Desde pontos de vista superiores, olham com má vontade os demais mortais, medindo-os a partir de supostos poderes aquisitivos diferenciados. Por sua vez, os funcionários, embora solícitos (porque sob o olhar da gerência), deixam transparecer a marca de um certo desprezo pela clientela. Demonstram uma ansiedade, parecem querer livrar-se logo daquilo tudo.

Resumindo: sobram delícias, sobram preços caros, faltam gentileza e generosidade. Por vezes, há batatas yakon em bom estado. E galhos verdes de erva doce. Nesses casos, posso levar os dois itens comigo, com o que preparo um suco refrescante, ou uma salada crocante. Estão servidos?



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