No meu aniversário de 2012, Alzira me deu uma planta curiosa:
uma haste larga e tenra, bem verde, terminava num conjunto de folhas tenras abertas
em copa. De junto do tronco, saía uma segunda haste, um pouco mais delgada, que
terminava num conjunto de hastes pequeninas, na ponta de algumas das quais
havia uma bolinha vermelha. Ao todo, deveriam ser umas 4 bolinhas. Tampouco ela
conhecia a plantinha, ou lhe sabia o nome.
Instalada na varanda de casa, fui acompanhando seu
desenvolvimento. E me perguntava se nasceriam outras bolinhas vermelhas na
ponta das demais hastes. O que não me parecia provável. E de fato não nasceram.
Ao contrário: as bolinhas remanescentes caíram, e aquela haste foi ficando
frágil até secar. As folhas também amarelaram, e por fim toda ela morreu.
Confesso certa frustração, afinal eu não soubera preservar a
planta, por ignorância quanto às suas características e necessidades. De toda
sorte, mantive o vaso no mesmo lugar, e com algum espaçamento no tempo regava a
terra.
Há coisa de pouco mais de mês (ou seja, um ano depois), fui
surpreendida com uma pequena brotação, muito verde. Rapidamente, ela se
desenvolveu, e uma haste mais grossa ergueu-se, tendo ao lado uma haste mais
delgada, com uma flor ensaiando se abrir ao lado. Rapidamente, ela explodiu em pequenas flores, ao pé de cada qual, começa a se formar uma bolinha verde. As bolinhas! Tomada de alegria, venho acompanhando seu desenvolvimento. A planta renasceu, depois
de um ano em latência.
O presente de aniversário de um ano atrás tornou-se um belo
presente de final de ano. Compreendo plenamente quando meu namorado se recusa a
me dar “flores mortas”: ramalhetes e arranjos formados por flores cortadas. Às pessoas
que amamos, damos flores vivas, e não cadáveres, ele diz. E entendo que flores
vivas são assim: portadoras de ciclos, como tudo quanto pulsa.
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