O Natal ...
tudo de novo ... ano vai ... ano vem.
Por favor,
deixem-me curtir as arvores de manga, de jaca, de abacate, de acerola, de
pitanga ...
Ainda tenho vivos na memória os
acontecimentos ocorridos em mês de dezembro de 2012, principalmente aqueles
relativos às festividades do natal. O ambiente natalino nos é apresentado todos
os anos desde o vislumbrar do mês de novembro e fortalecido por todo o mês de
dezembro, só sumindo de todos os meios de comunicação e propaganda em meados de
janeiro, quando sobram, aos montes e para todos, preocupações com as contas a
pagar, impostos à vista, reajuste do combustível, alta da inflação, falta de
políticas públicas (sérias) para segurança, saúde, educação, emprego e renda
etc.
Assim o novo (não tão novo!) ano vai
ficando velho, ... e novamente aproxima-se o período do natal, ... e tudo de
novo. São os apelos comerciais, os enfeites natalinos, a montagem de árvores de
natal, sempre com bolinhas vermelhas, papais noeis de vermelho, gordinhos, a
procura por presentes, a renovação de promessas pessoais, os encontros, as
confraternizações.
Nós, moradores do Distrito Federal,
sabemos que todo o ano, infalivelmente enfrentamos um período de seca, onde o
nosso verde praticamente desaparece, a poeira se faz presente com intensidade,
o ar seco nos perturba e, por isso, esperamos, ansiosos e esperançosos, o
inicio das chuvas.
Que alegria! Após a estiagem, lá pelo
mês de outubro ou novembro, chegam as primeiras chuvas tornando-se presentes,
por alguns meses, no nosso dia a dia. Esse período, aqui no DF e em algumas
outras localidades, coincide com o natal e ano novo.
O verde das plantas se torna
exuberante; os pássaros cantam, as flores pipocam por todos os cantos; os frutos
dessa época aparecem escandalosamente deliciosos, mostrando todo o vigor e toda
a beleza! A paisagem da cidade se transforma rapidamente; passa do marrom seco
ao verdejante em questão de dias. É reconfortante sair e andar pelas ruas,
pelos becos, pelos gramados e observar tudo o que a natureza nos oferece! Além
do colorido das plantas e das flores ouvimos o cantar dos pássaros – são sabiás,
joão de barro, almas de gato, pombinhas (as rolinhas), pássaros pretos e tantos
outros, grandes e pequeninos.
Andando por ahi, sentindo o “espírito
de natal” instalado principalmente no comércio; percebendo a angustia das
pessoas, tão comum nessa época em todos os anos, o transito nervoso senti-me
desolada, incomodada com a situação e pensei: “parece-me que foi ontem ... e já
estamos vivendo tudo de novo”!
Questionei-me sobre o verdadeiro
sentimento de religiosidade existente no consumo de tantos objetos por ocasião
do natal e do ano novo; no acúmulo de tantas quinquilharias adquiridas e/ou
recebidas em nome das festas natalinas; no oferecimento de panetones aos
serviçais, lixeiro, moço da água e depois, no restante do ano, muitas vezes nem
um bom dia ou boa tarde, como vai? ou outras gentilezas que tanto dignificam o
verdadeiro ser humano.
Se prestarmos atenção à natureza, nessa
época, veremos, sem exagero, que a mesma nos oferece toda a decoração natalina
que tanto desejamos. Basta olhar, com carinho, as mangueiras, altas e
soberanas, com seus galhos e folhas quase sempre dispostas simetricamente,
enfeitadas de bolinhas de vários tamanhos, em tons variados de verde, todas
pendentes, bem ao alcance de nossos olhos; assim também as jaqueiras, as
pitangueiras, os abacateiros, ...
E as flores? Multicoloridas e tantos
perfumes! Tudo isso adornado pelos passarinhos, que cumprindo a missão, voam
por entre toda essa riqueza. Tudo tão enfeitado para nós! Sem apelo comercial,
sem cansaço, sem trânsito infernal, trombadas em shoppings.
Essa decoração que nos é oferecida pela
natureza ainda proporciona alimento a muita gente que colhe seus frutos, sombra
para descanso dos transeuntes, abrigo aos passarinhos e ainda permanece ao
longo do ano em que pese a estiagem, o sol escaldante.
Precisamos mesmo comprar enfeites,
espalhá-los e montar árvores de natal dentro de nossas casas quando temos todos
os enfeites do mundo lá fora e ... ao alcance de nossos olhos?
Pensemos
nisso.
Meu querido e minha querida, você é o
belo em nossa vida o ano inteiro! Você enfeita e alegra nosso caminho! Você é o
presente do natal, do ano novo, de todos os dias que nosso Pai Maior nos deu; obrigada
por você existir, por você nos olhar meigamente, ter um sorriso lindo que nos
encanta, nos enche de esperança e reforça a crença no ser humano; você é a
nossa saudade quando está longe de nós!
Para você, familiares e amigos um olhar
de uma árvore verde, com bolas em todos os tons de verde e de todos os tamanhos
e tipos, flores multicores e muitos pássaros completando a bela paisagem para
este Natal. Um abraço forte e cheio de carinho.
Ruth dos Santos Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário