domingo, 8 de dezembro de 2013

Mensagem de Natal (Ruth dos Santos Martins)


O Natal ... tudo de novo ... ano vai ... ano vem.
Por favor, deixem-me curtir as arvores de manga, de jaca, de abacate, de acerola, de pitanga ...

Ainda tenho vivos na memória os acontecimentos ocorridos em mês de dezembro de 2012, principalmente aqueles relativos às festividades do natal. O ambiente natalino nos é apresentado todos os anos desde o vislumbrar do mês de novembro e fortalecido por todo o mês de dezembro, só sumindo de todos os meios de comunicação e propaganda em meados de janeiro, quando sobram, aos montes e para todos, preocupações com as contas a pagar, impostos à vista, reajuste do combustível, alta da inflação, falta de políticas públicas (sérias) para segurança, saúde, educação, emprego e renda etc.

Assim o novo (não tão novo!) ano vai ficando velho, ... e novamente aproxima-se o período do natal, ... e tudo de novo. São os apelos comerciais, os enfeites natalinos, a montagem de árvores de natal, sempre com bolinhas vermelhas, papais noeis de vermelho, gordinhos, a procura por presentes, a renovação de promessas pessoais, os encontros, as confraternizações.

Nós, moradores do Distrito Federal, sabemos que todo o ano, infalivelmente enfrentamos um período de seca, onde o nosso verde praticamente desaparece, a poeira se faz presente com intensidade, o ar seco nos perturba e, por isso, esperamos, ansiosos e esperançosos, o inicio das chuvas.

Que alegria! Após a estiagem, lá pelo mês de outubro ou novembro, chegam as primeiras chuvas tornando-se presentes, por alguns meses, no nosso dia a dia. Esse período, aqui no DF e em algumas outras localidades, coincide com o natal e ano novo.

O verde das plantas se torna exuberante; os pássaros cantam, as flores pipocam por todos os cantos; os frutos dessa época aparecem escandalosamente deliciosos, mostrando todo o vigor e toda a beleza! A paisagem da cidade se transforma rapidamente; passa do marrom seco ao verdejante em questão de dias. É reconfortante sair e andar pelas ruas, pelos becos, pelos gramados e observar tudo o que a natureza nos oferece! Além do colorido das plantas e das flores ouvimos o cantar dos pássaros – são sabiás, joão de barro, almas de gato, pombinhas (as rolinhas), pássaros pretos e tantos outros, grandes e pequeninos.

Andando por ahi, sentindo o “espírito de natal” instalado principalmente no comércio; percebendo a angustia das pessoas, tão comum nessa época em todos os anos, o transito nervoso senti-me desolada, incomodada com a situação e pensei: “parece-me que foi ontem ... e já estamos vivendo tudo de novo”!

Questionei-me sobre o verdadeiro sentimento de religiosidade existente no consumo de tantos objetos por ocasião do natal e do ano novo; no acúmulo de tantas quinquilharias adquiridas e/ou recebidas em nome das festas natalinas; no oferecimento de panetones aos serviçais, lixeiro, moço da água e depois, no restante do ano, muitas vezes nem um bom dia ou boa tarde, como vai? ou outras gentilezas que tanto dignificam o verdadeiro ser humano.

Se prestarmos atenção à natureza, nessa época, veremos, sem exagero, que a mesma nos oferece toda a decoração natalina que tanto desejamos. Basta olhar, com carinho, as mangueiras, altas e soberanas, com seus galhos e folhas quase sempre dispostas simetricamente, enfeitadas de bolinhas de vários tamanhos, em tons variados de verde, todas pendentes, bem ao alcance de nossos olhos; assim também as jaqueiras, as pitangueiras, os abacateiros, ...

E as flores? Multicoloridas e tantos perfumes! Tudo isso adornado pelos passarinhos, que cumprindo a missão, voam por entre toda essa riqueza. Tudo tão enfeitado para nós! Sem apelo comercial, sem cansaço, sem trânsito infernal, trombadas em shoppings.

Essa decoração que nos é oferecida pela natureza ainda proporciona alimento a muita gente que colhe seus frutos, sombra para descanso dos transeuntes, abrigo aos passarinhos e ainda permanece ao longo do ano em que pese a estiagem, o sol escaldante.

Precisamos mesmo comprar enfeites, espalhá-los e montar árvores de natal dentro de nossas casas quando temos todos os enfeites do mundo lá fora e ... ao alcance de nossos olhos?

Pensemos nisso.

Meu querido e minha querida, você é o belo em nossa vida o ano inteiro! Você enfeita e alegra nosso caminho! Você é o presente do natal, do ano novo, de todos os dias que nosso Pai Maior nos deu; obrigada por você existir, por você nos olhar meigamente, ter um sorriso lindo que nos encanta, nos enche de esperança e reforça a crença no ser humano; você é a nossa saudade quando está longe de nós!

Para você, familiares e amigos um olhar de uma árvore verde, com bolas em todos os tons de verde e de todos os tamanhos e tipos, flores multicores e muitos pássaros completando a bela paisagem para este Natal. Um abraço forte e cheio de carinho.


Ruth dos Santos Martins



Nenhum comentário:

Postar um comentário