domingo, 10 de abril de 2016

De camionetes e adolescentes



  
Donos e motoristas de camionetes não têm noção do tamanho do carro que conduzem. Portam-no como se fosse um fusquinha. Insistem em estacionar em vagas nas quais o veículo não cabe, e por isso fica sempre até um terço do lado de fora. Não admitem que, estacionando dessa forma, ocupam área comum de circulação dos demais veículos. Jamais concordam quanto ao fato de que estão atrapalhando os demais. Deslocando-se, pelas vias, avançam sobre os outros, fazem ultrapassagens perigosas, comportam-se como se tivessem algum controle todo aquele peso e volume em deslocamento.

Adolescentes são assim: temporariamente perdem a noção do tamanho do corpo em transformação. Por isso, esbarram nas coisas, correm desajeitadamente, estragam as roupas, erram nos cálculos de seus movimentos. A voz também não corresponde mais às expectativas em volume, timbre, entonação. Mas, no caso dos adolescentes, essa é uma condição provisória. Eles amadurecem, tornam-se jovens adultos, em alguma medida constroem novos modos de se reconhecer.

Já os donos e motoristas de camionetes... esses afirmam-se na condição pseudo-adolescente, confortavelmente, da qual não têm a menor intenção de sair...









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