quarta-feira, 6 de abril de 2016

crias novas


Pela janela lateral do meu espaço de estudo, ouço um leve bater de asas, e uma sombra rápida passa pela parede, vindo de onde nasce o sol, na direção de onde ele se põe. Imediatamente, ouço os chiados intensos e múltiplos dos filhotes agitados com a chegada da mãe. Saio à janela, querendo testemunhar a família nova instalada nas minhas vizinhanças. O ninho está fora do meu campo de visão. Meu ponto de vista é rente à parede, e eles se ocultam dentro de uma caixa destinada ao equipamento de ar condicionado. São relocações, novas destinações dadas às construções humanas. Fico à janela, espreitando, até que avisto a mãe, uma pomba urbana, saindo da caixa, desconfiada. Também permanece ali, me espreitando, enquanto as crias reclamam mais alimento. Alguns instantes depois, ela alça voo, até a parte mais alta do edifício. Lá, sacode as penas, e observa. Depois segue para outras paragens, em busca de mais alimento para a prole. Os filhotes continuam chiando, mas vão se acalmando aos poucos. Então, silenciam. Dormitam, talvez. Volto às minhas escritas, até ouvir novamente seu leve bater de asas, e o alvoroço da ninhada. Labuta para o dia inteiro. Por muitos dias.





Nenhum comentário:

Postar um comentário