Pela janela lateral do meu espaço de estudo, ouço um leve bater de asas, e uma sombra rápida passa pela parede, vindo de onde nasce o sol, na direção de onde ele se põe. Imediatamente, ouço os chiados intensos e múltiplos dos filhotes agitados com a chegada da mãe. Saio à janela, querendo testemunhar a família nova instalada nas minhas vizinhanças. O ninho está fora do meu campo de visão. Meu ponto de vista é rente à parede, e eles se ocultam dentro de uma caixa destinada ao equipamento de ar condicionado. São relocações, novas destinações dadas às construções humanas. Fico à janela, espreitando, até que avisto a mãe, uma pomba urbana, saindo da caixa, desconfiada. Também permanece ali, me espreitando, enquanto as crias reclamam mais alimento. Alguns instantes depois, ela alça voo, até a parte mais alta do edifício. Lá, sacode as penas, e observa. Depois segue para outras paragens, em busca de mais alimento para a prole. Os filhotes continuam chiando, mas vão se acalmando aos poucos. Então, silenciam. Dormitam, talvez. Volto às minhas escritas, até ouvir novamente seu leve bater de asas, e o alvoroço da ninhada. Labuta para o dia inteiro. Por muitos dias.
literatices... letras para nada, talvez para tudo... imagens de nada, que podem ser de tudo... matutações... penseros... rabiscações... daquilo que vejo... ou não... porque tomo assento neste tempo quando a humanidade produz vertiginosamente letras, símbolos e imagens, em busca de sentidos, quaisquer que sejam... ou não...
quarta-feira, 6 de abril de 2016
crias novas
Pela janela lateral do meu espaço de estudo, ouço um leve bater de asas, e uma sombra rápida passa pela parede, vindo de onde nasce o sol, na direção de onde ele se põe. Imediatamente, ouço os chiados intensos e múltiplos dos filhotes agitados com a chegada da mãe. Saio à janela, querendo testemunhar a família nova instalada nas minhas vizinhanças. O ninho está fora do meu campo de visão. Meu ponto de vista é rente à parede, e eles se ocultam dentro de uma caixa destinada ao equipamento de ar condicionado. São relocações, novas destinações dadas às construções humanas. Fico à janela, espreitando, até que avisto a mãe, uma pomba urbana, saindo da caixa, desconfiada. Também permanece ali, me espreitando, enquanto as crias reclamam mais alimento. Alguns instantes depois, ela alça voo, até a parte mais alta do edifício. Lá, sacode as penas, e observa. Depois segue para outras paragens, em busca de mais alimento para a prole. Os filhotes continuam chiando, mas vão se acalmando aos poucos. Então, silenciam. Dormitam, talvez. Volto às minhas escritas, até ouvir novamente seu leve bater de asas, e o alvoroço da ninhada. Labuta para o dia inteiro. Por muitos dias.
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