segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

desventuras de um dedo polegar...


Já se passaram quase 20 anos. Eu não estava bem em relação a uma pessoa muito querida, com quem tinha me desentendido. Ainda e assim, decidi levar-lhe umas frutas, conforme eu prometera. Pelo caminho, ia conversando, resmungando, argumentando, apresentando os motivos do meu descontentamento. À saída do elevador, a porta fechou-se sobre meu dedo polegar direito. Fui acolhida enquanto gemia de dor.   A unha não caiu, mas ficou com uma cicatriz: à altura do ferimento, ela passou a ter uma ondulação, na qual é mais frágil.
Aprendi, então, que unhas também podem guardar cicatrizes...

Tanto tempo depois, eu seguia, conversando com meus botões. Imaginava um diálogo com outra pessoa, a quem devotara afeto. No entanto, a certa altura, nos desencontráramos. Tentava, eu, compreender o que se passara. Buscava, também, esclarecer meu ponto de vista na história. Já estacionava, quando decidi colocar um ponto final na pendenga. Fui contundente em meus argumentos, explicando que ainda tinha muito afeto, mas não me esforçaria mais para mudar a situação. Decidida, saí do carro, e fechei a porta sobre o mesmo dedo polegar direito... 

Quando senti a dor e constatei o que havia feito, lembrei-me, de pronto, o que ocorrera há quase 20 anos. Senti que havia alguma relação entre o que sentira da primeira vez com o que estava sentindo naquele momento. Não consegui continuar pensando a respeito. A dor intensa embaralhou minha memória. Precisava tomar alguma providência para minimizar a dor e os ferimentos no dedo já tão magoado. As tristezas do espírito, cuidarei para que não se tornem amargura crônica...

Nada que um pouco de gelo com vinagre não dê jeito.



2 comentários:

  1. Yo que tú me quedava lejos de esta persona..
    hahahahahaha
    tá melhor?

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  2. Gelo com vinagre é um santo remédio para quase todos os males! Vale!

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