gosto de chegar sozinha a uma cidade desconhecida.
a vulnerabilidade e a solidão se fazem sentir de modo mais intenso nessa condição
empurrando-me para espaços internos que, na maior parte do tempo, estão anestesiados.
e quando chego à cidade que não conheço
o que me encanta não são os monumentos
os grandes eventos, as festas, os espetáculos
encanta-me a luz do sol atravessando algum arbusto numa esquina qualquer
o vento brincando com os cabelos da moça distraída
o barulho das folhas secas quebradas sob os pés dos passantes
os olhos da criança que me nota, e se ri, ou faz uma careta
a senhorinha que caminha com dificuldade, apoiada em sua bengala
as gentes
as gentes, que são a cidade.
Que bonito relato, Alice! Gostei tanto disso! Fiquei pensando nas vezes em que visitei lugares, pequenas cidades, vilarejos, em busca de informação sobre algum parente desconhecido....é como estar diante de um mar de mistérios...
ResponderExcluircada um que passa leva consigo mistérios insondáveis, que me instigam, e seduzem...
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