quinta-feira, 8 de março de 2012

para conquistar gatinhos



p/ Pretinha, Madrid e Teodora

Em tempos de discussão espetacular sobre assédio, é prudente observar certos rituais de aproximação e conquista de gatos e gatas que despertem nossas afeições...

Pois bem. Primeiramente, é preciso chegar devagar, estabelecer o primeiro contato com o olhar, emitir algum sinal que chame a atenção sem ameaçar, que desperte a curiosidade. Ou seja: deixar-se ver, e realçar a intenção pacífica. Nunca se deve tomar a primeira iniciativa de aproximação, muito menos adotar qualquer atitude mais abrupta, ou exageradamente entusiasmada. Isso poderá assustar o bichano, ou a bichana, provocando sua fuga.

Quando o gatinho, ou a gatinha, se aproximar, ofereça a mão para ser cheirada. Mas não faça nada. Com algum receio ele, ou ela, chegará, farejará, sentirá o odor desconhecido, num gesto delicado e decisivo. Pode ser que, logo depois do reconhecimento, ele, ou ela, se afaste. É preciso ter paciência, e aguardar novas aproximações, até o momento em que seu cheiro comece a fazer parte das referências com alguma familiaridade. Então o gatinho, ou a gatinha, ficará ali por perto. Aproxime novamente a mão, e quem sabe roce sua face lateral. Nunca leve a mão por cima da cabeça, isso poderá causar intimidação e ameaça. Comece por um lado. Se o bichaninho oferecer a face, recostando a cabeça em sua mão, pronto, você terá obtido aprovação nessa primeira etapa.

Na sequência, coce-lhe o queixo, o outro lado da face, a nuca, e só então chegue ao topo da cabeça. Nos encontros que se seguem, convém sempre, no primeiro momento, oferecer a mão para ser reconhecida, para depois oferecer o afago. Chegará o momento em que esse gesto se fará desnecessário. Mas aguarde o próprio gatinho, ou a gatinha sinalizar isso. Assim, você terá grandes chances de que, logo, logo, o gatinho, ou a gatinha, esteja ronronando em sua companhia.

Gatos e gatas nos oferecem a possibilidade de aprender que algumas conquistas estão diretamente ligadas à capacidade de compreender os temores e os tempos do outro, e à disponibilidade que não se impõe, e não ameaça.


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