sexta-feira, 9 de março de 2012

O quinto, o terço, quase meio...



É tempo de instalar o programa do IRPF no computador pessoal, preencher o formulário, fazer cálculos, reunir comprovantes de despesas, e acertar contas com o fisco. E pagar os impostos dos veículos automotores, e habitacional...

Os impostos que incidem sobre todas as dimensões da vida moderna abocanham boa fatia dos ganhos de cidadãos pertencentes à classe média. Os milionários, em sua maioria, desenvolvem estratégias – lícitas ou ilícitas – para preservar seus lucros o mais que possam, os pobres e miseráveis sentem na pele a falta de infraestrutura básica que deveria ser provida pelo estado, financiada pelos impostos - saúde, educação, segurança, transporte. Sobre os ombros da classe média recai a maior parte do peso dessas contas. E os dinheiros pagos demoram a encontrar o caminho (muitas vezes desviam-se, sem retorno...) para chegar às suas destinações devidas...

Há pouco mais de dois séculos, o império português recolhia um quinto de toda riqueza produzida no Brasil ainda colônia. O quinto correspondia a 20% do faturamento. Muito menos do que o total de taxações que incidem hoje sobre os orçamentos, se somados os impostos de rendimento de pessoa física, impostos territoriais, de taxa urbana, de veículo automotor, seguros obrigatórios, impostos sobre transações comerciais e financeiras, impostos embutidos em quaisquer mercadorias ou serviços...

Por muito menos, no final do século XVIII, rebeldes deflagraram a Inconfidência Mineira... Por muito, muito menos, levantes contra a coroa portuguesa firmaram posições cidadãs, em tempos de maior dificuldade de acesso à informação, de menor mobilidade, de maior opressão – ou não?

Quais os percentuais de nossos ganhos, são, hoje, retirados de nossos orçamentos, na forma de impostos compulsórios? Que destinações têm sido dadas aos montantes arrecadados, numa República cada vez mais grassada pela corrupção, sem sermos capazes de expressar qualquer gesto mais incisivo de indignação?


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