sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Boas vindas, com uma pitada de saudade e cheiro de esperança.



p/ Felipe e Nana.

Embarquei no final da tarde, num ônibus que seguiu em direção a São João d’El Rei. Pouco depois das 3h da manhã, desembarquei em Divinópolis. Aguardei na rodoviária pelo ônibus que saiu, às 5h, rumo a Bom Despacho. Eram 7h da manhã quando desembarquei na praça do centro, em Araújos. O sol ainda estava baixo, e sua luz atravessava as folhagens das árvores e outros arbustos, com raios doces em tom amarelado. A temperatura amena, confortável, motivava os transeuntes já em atividade. Na calçada, ele me aguardava. Sapatos pretos, bem engraxados, bermuda e camisa de algodão, bem passados, os cabelos molhados penteados para trás, perfume de banho recém-tomado. Uma rosa vermelha nas mãos. Estava compenetrado no cumprimento do ritual de espera. Senti o coração bater forte, e uma onda de ternura me inundar. Meu amigo querido me recebia, elegante, amoroso. Felipe não tinha mais que 7 anos, à época. Sorriu-me, entregou-me a flor. Eu desejei fixar o instante em minha memória, para não me perder daquele sentido de afeto e amizade. Depois seguimos para a casa da sua tia, onde eu ficaria hospedada. Conversamos, brincamos, não percebemos o passar das horas. Hoje, moço feito, está por concluir o curso superior. Há alguns anos não o encontro. Mas aprendi, com ele, que podemos acolher quem chega com afeto, com cuidado, e isso é pouco, e isso vale tanto, e esse amor marca para sempre...

Que possamos desembarcar em 2012 assim, numa praça inundada pela luz da manhã, e encontrá-lo cheio de frescor, perfumado, pronto para nos acolher. E que possamos também acolhê-lo, brincar com ele, ouvir-lhe as histórias, aprender caminhos para construir o futuro, juntos.


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