P/ Miriam e Luiz, mestres também no amor
Aguardava à porta de saída da faculdade, quando ela passou por mim. Pequena estatura, elegantemente simples, cabelo bem cuidado, acenou-me finda a jornada do dia. Parou a meio caminho e voltou para perguntar se eu esperava pelo meu marido. Confirmei. Ela se entusiasmou: "Faça isso sempre, mesmo quando não precisar. Eu faço isso com o meu. Às vezes, eu preciso até arrumar uma desculpa, para que ele venha me pegar. Ele fica feliz com isso, e eu também. É uma forma de ficarmos juntos um pouco mais, de compartilharmos mais uma parte do dia, e também um modo de eu mostrar que ele é importante para mim, que eu preciso dele, que esse sentimento é mútuo...". A essas alturas, seu esposo já a aguardava no estacionamento. Enquanto ela se despedia de mim, ele conversava com o guarda de segurança, velho conhecido seu. Ela o encontrou com um beijo, embarcou no lado do passageiro, ele fechou a porta dela num gesto cavalheiro. Seguiram, contentes.
Nestes dias que antecedem o Natal, a cidade anda mais nervosa do que o normal. E embora o verão se inicie hoje, o dia amanheceu muito chuvoso. A temperatura não passou dos 20ºC. Seu velho companheiro partiu pela manhã, sozinho. Ela aguardou por esse momento em prantos quase silentes que se prolongaram por meses, em pausas entre os cuidados que lhe dedicou nesses dias sofridos.
=[
ResponderExcluirEh, esse instante deve ser muito triste, mas, enfim...