Repeti, mentalmente, com facilidade o número da poltrona
onde me sentaria. Achei curioso, pois sempre esqueço, e necessito verificar
algumas vezes, para não errar. Mas, dessa vez, o número estava bem vivo, na
memória. Então me dei conta de que coincidia com meu endereço residencial. Sorri.
Achei que poderia ser um bom sinal. De alguma forma, viajava, sentindo-me um
pouco em casa.
Depois de aguardar algum tempo, embarquei na conexão. Sentei-me
numa janela. Ri-me, com certa ironia: de que adiantava sentar-me à janela,
viajando à noite? Seguindo com a ironia, deixei aberta. Cansada, não me demorei
a dormir. Acordei com a exuberância da lua cheia se rindo lá fora, inundando o avião com sua luz. Ficou ali, à minha vista, até o amanhecer.
Entre as brumas, e as primeiras luzes da manhã, a cidade foi emergindo. Nada poderia dar errado nessa viagem...
Assim seja!
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