quinta-feira, 2 de julho de 2015

Alvíssaras



Repeti, mentalmente, com facilidade o número da poltrona onde me sentaria. Achei curioso, pois sempre esqueço, e necessito verificar algumas vezes, para não errar. Mas, dessa vez, o número estava bem vivo, na memória. Então me dei conta de que coincidia com meu endereço residencial. Sorri. Achei que poderia ser um bom sinal. De alguma forma, viajava, sentindo-me um pouco em casa.

Depois de aguardar algum tempo, embarquei na conexão. Sentei-me numa janela. Ri-me, com certa ironia: de que adiantava sentar-me à janela, viajando à noite? Seguindo com a ironia, deixei aberta. Cansada, não me demorei a dormir. Acordei com a exuberância da lua cheia se rindo lá fora, inundando o avião com sua luz. Ficou ali, à minha vista, até o amanhecer.

Entre as brumas, e as primeiras luzes da manhã, a cidade foi emergindo. Nada poderia dar errado nessa viagem... 

Assim seja!





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