Já foi relatado aqui. Depois de muito tempo sem notícias, reencontramos Seu José Zagati. Desde então, com alguma regularidade, temos conversado ao telefone. Sua saúde não está bem. Há poucas semanas foi submetido a uma cirurgia muito agressiva, que durou 12h. Está se recuperando, na casa da filha.
Ontem, enquanto conversávamos, ele se manifestou em relação ao meu livro que tem alguns capítulos dedicados ao seu trabalho com cinema, e ao desfeito Mini Cine Tupi, em Taboão da Serra. Confesso que estava ansiosa por ouvi-lo, depois de, finalmente, ter conseguido lhe enviar o exemplar.
Contou-me que ficou impressionado com tudo que escrevi sobre o Brazza e os outros cineastas (Seu Manoelzinho e Seu Simião Martiniano). Mas, principalmente, disse ter ficado emocionado com o que eu escrevi sobre ele. Estava ali, tudo, tudo, conforme me contara nas entrevistas, nas quantas vezes quando estivemos juntos. Desse modo, chancelou minha escrita sobre ele.
Ao final de seu parecer, proferiu a sentença que ainda está reverberando em mim, como um prêmio, mas também iluminando o modo como tenho desenvolvido o trabalho de campo, nas relações de aprendizagem que tenho tido o privilégio de estabelecer com pessoas tão especiais, agentes de cultura, atuantes em seus tempos e contextos:
"Professora, como o meu trabalho se encaixou com o seu trabalho, não é? O meu trabalho e o seu se encontraram direitinho!"
É, meu senhor, parece que esse caminho tem um coração...
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