Teresa não gostava do seu corpo e do seu rosto.
Principalmente de sua vida. Só gostava do seu nome, o que lhe dava ainda alguma alegria. Gostava também de Armando que, sem que ela o soubesse, a admirava.
Depois de muito pensar e decidida a conquistar Armando, mandou fabricar enorme boneca, em tamanho natural, usando materiais caríssimos: pele de seda, voz de veludo, olhos minerais.
Em frente ao espelho, com afiada faca, abriu o próprio peito, retirando do fundo o coração que, nas suas mãos, pulsava sangrando como um animal ferido. Introduzido em seu corpo, logo começou a boneca a ter vida própria guardando de Teresa apenas o nome e o coração.
E encontrando Armando, esse não a reconheceu, o que tornou inútil todo o seu trabalho.
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