Entre as notícias relativas à renúncia do Papa, ando às voltas para encontrar um modo de minimizar uma frustração. Explico, ao mesmo tempo que peço permissão para contar esta história. Os que já tenham ouvido, perdoem-me pela repetição.
Quando criança, gostava de brincar inventando adivinhações com minha mãe. As perguntas, iniciadas com "o que é, o que é...", mesclavam algumas já conhecidas, encontradas em revistinhas, ou aprendidas na tradição oral, com outras inventadas ali na hora - que, é claro, nem sempre davam certo.
"O que é, o que é que cai em pé e corre deitada?"
"O que é, o que é que trabalha deitado e descansa em pé?"
"O que é, o que é que enche uma casa mas não enche uma mão?"
E assim seguíamos por horas. Havia algumas perguntas preferidas, por acenarem para mundos desconhecidos, personagens instigantes, ou portarem informações que provocavam a curiosidade. Dentre essas, uma me agradava particularmente:
"O que é, o que é que um rei vê poucas vezes, e o Papa nunca vê?"
Essa pergunta evocava figuras que eu nunca vira, reis e papas, e provocava minha curiosidade, considerando que fossem personalidades que tudo pudessem, ou quase tudo. Como poderia existir algo que vissem pouco, ou nunca vissem? A menos que fossem cegos, e essa não era a questão...
Sempre achei essa pergunta engenhosa, instigante. A resposta vinha como um achado, ainda que repetida pela enésima vez: "Seu par". É claro: há poucos reis no planeta, encontram-se raramente! Mas um papa nunca se encontra com outro papa, porquanto só há um, e seu sucessor é eleito apenas após sua morte!
Mas isso agora é passado...
Tudo mudou, desde o dia 28 de fevereiro de 2013, e minha adivinhação predileta não tem mais sustentação...
heheheh. gostei. :)
ResponderExcluirmas agora ele é um ex-papa. :) acho que continua válida a adivinhação!