sábado, 11 de junho de 2011

libertas que sera tamen



Quando era moça, tinha o pai, autoritário, a quem devia obediência, à revelia de seus desejos e inquietações. Sonhava, então, com o príncipe encantado que viria libertá-la do jugo paterno. Ele veio. Quando se casou, descobriu-se numa condição pior: além de dever obediência ao marido, igualmente autoritário, "tinha que dormir com ele"... Depois vieram os filhos, que lhe absorveram a atenção, o zelo, e a vida. Sua libertação, afinal, só veio muito mais tarde, quando ficou viúva, e os filhos já criados seguiram seus caminhos, foram tratar de suas vidas. O viço da juventude sequer lhe fez falta, movida pela alegria de aprender e viver tudo quanto lhe fora interditado até então, com a urgência de quem não tem mais a vida toda pela frente, e o espanto da criança diante de cujos olhos se descortina o mundo!





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