Quando cheguei à universidade, há uma década e meia, o frondoso
pé de fícus italiano já estava lá, oferecendo sombra e frescor nesta terra
quente e seca. Curvado sobre o pequeno estacionamento, acolhia professores e
estudantes que chegavam às salas da faculdade organizadas ali, atrás do Museu
Antropológico.
Há coisa de 3 meses, foi palco de um espetáculo. Abrigou as
cenas de modo exemplar, e também aconchegou o público acomodado em bancos
improvisadamente organizados sob sua copa. Não haveria espaço mais adequado.
Hoje voltei, para um evento acadêmico. Meus sentidos
alertaram que o espaço estaria claro demais, aberto demais. Deparei-me, então,
com os restos de seus troncos transformados em carvão.
Fui tomada por uma estranha sensação... Pareceu-me que vamos
nos acostumando a termos tirados de nosso convívio viventes demarcadores de
nossos percursos, de nossos afetos, de nosso bem-estar no mundo...
Estranho animal, esse, da espécie humana...
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