quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Luto pelo pé de fícus italiano





Quando cheguei à universidade, há uma década e meia, o frondoso pé de fícus italiano já estava lá, oferecendo sombra e frescor nesta terra quente e seca. Curvado sobre o pequeno estacionamento, acolhia professores e estudantes que chegavam às salas da faculdade organizadas ali, atrás do Museu Antropológico.



Há coisa de 3 meses, foi palco de um espetáculo. Abrigou as cenas de modo exemplar, e também aconchegou o público acomodado em bancos improvisadamente organizados sob sua copa. Não haveria espaço mais adequado.

Hoje voltei, para um evento acadêmico. Meus sentidos alertaram que o espaço estaria claro demais, aberto demais. Deparei-me, então, com os restos de seus troncos transformados em carvão.



Fui tomada por uma estranha sensação... Pareceu-me que vamos nos acostumando a termos tirados de nosso convívio viventes demarcadores de nossos percursos, de nossos afetos, de nosso bem-estar no mundo...

Estranho animal, esse, da espécie humana...









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