Na postagem anterior, neste blog, trouxe um texto pouco conhecido de Fernando Pessoa, de cunho político. A escolha do texto não foi ao acaso. O mensageiro que o chamou à pauta chama-se Chiquinho. Meu amigo Livreiro, o Livreiro Chiquinho, dono da Livraria do Chiquinho, figura ímpar no cenário cultural de Brasília.
Com o estande da sua pequena livraria instalado na Bienal do Livro de Brasília, em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, Chiquinho recuperou o texto A Ilusão Política das Grandes Manifestações Populares, do poeta português multifacetado. O Livreiro promoveu um exercício cidadão dos mais sofisticados. Carismático e comunicativo, convidou políticos em excursão pela Bienal a ler, em voz alta, o texto. Ora, quem se recusaria a ler um texto de Fernando Pessoa, sob o risco de ser tido, por parte de seus eleitores, como um ignorante das letras e da própria língua portuguesa?
Quando os candidatos potenciais a cargos políticos davam-se conta, estavam já sem condições de escapar à armadilha: as palavras críticas de Pessoa queimavam-lhe o céu da boca, mas tinham que chegar até o final dos breves parágrafos.
Assim foi que, na pequena banca do Livreiro, em plena Esplanda dos Ministérios, em Brasília, políticos e candidatos potenciais a cargos políticos foram forçados a uma aula de poesia e de cidadania, malgrado seu, ainda que em performances fugidias, testemunhadas por público nem sempre numeroso.
Meus votos ao Livreiro!
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