sexta-feira, 18 de abril de 2014

Juruna, o espírito da floresta


Foi por acaso que ontem acabei assistindo ao filme que narra o percurso do Cacique e Deputado Juruna, e a luta de sua gente pela terra. Como acasos não existem, talvez não tenha sido mesmo por acaso que era véspera da Sexta Feira da Paixão, antevéspera do Dia do Índio.

Achei o filme um pouco longo demais, cansativo em vários momentos. Poderia ser enxugado em vários pontos, para dar maior contundência ao argumento nuclear da narrativa. Mas ele recupera documentos e depoimentos importantíssimos. Vê-lo reavivou memórias do final dos anos 70, anos 80, os trânsitos entre a capital federal e a aldeia, os embates em plena ditadura militar, e o Juruna, figura antológica, com seu gravador, registrando tudo, para poder cobrar depois. 

Em depoimento, quando perguntado se, para exercer pressão sobre as autoridades, à época, teria usado a borduna, um dos velhos, irmão de Juruna, respondeu que não, que usou a palavra, que sua borduna era a palavra. No caso de Juruna, ele usou a palavra aliada ao gravador com fita K7: arma da qual não se separava, em suas jornadas no Congresso Nacional, na FUNAI, e quantos outros órgãos públicos.

Sim, o Cacique Juruna foi, de fato, o primeiro mídia ninja do cenário de lutas no Brasil!

Viva o pioneirismo do nosso nobre Deputado Federal, Cacique Juruna!



Juruna, o Espírito da Floresta (2008)
Direção: Armando Lacerda
Gênero: Documentário
Duração: 86 minutos
Tipo: Longa-metragem



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