O beija-flor entrou, agitado, já findava a tarde. Voejou desde a sala de estar até o espaço de estudos, entre livros e almofadas. Voejou rápido, com breves paradas no ar e mudanças de direção. Temi por ele: como encontraria o caminho de saída do apartamento cheio de portas, janelas e mobílias? Ele voltou para a sala, veio em minha direção, e tomou o rumo de um dos quartos. Corremos abrir todas as janelas e apagar todas as luzes. Numa de suas idas e vindas dentro da casa, ganhou a área externa novamente, e se sumiu.
Ainda sinto a vibração do ar pela movimentação ligeira de
suas asas. Meu coração está, ainda, quase tão acelerado quanto o dele. Ainda sinto
gratidão pela breve e agitada visita.
Cheguei na bera do córgo onde azágua se espraia
As garça dá meia vorta e senta na bêra da praia
E o cuitelinho nun gosta
Que o botão de rosa caia-ia-iai...
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