No supermercado, enquanto passava as
frutas e verduras para serem registradas no caixa, conversava amenidades com a moça que ia lançando, item por
item, na minha conta a pagar... A certa altura, ela fez uma pausa, encheu-se
de coragem, disse “posso lhe fazer uma pergunta?”. Que sim, respondi, tentando
imaginar que pergunta seria, cuja formulação implicava num pedido de permissão,
numa pausa preliminar... Então ela prosseguiu “por um acaso você já fez algum
filme?” Ri-me. Qual das minhas estripulias ela já teria visto? Seria algum filme do
Martins Muniz disponível na internet? Achei improvável. Seria o filme do
Imbilino? Sim, era o filme Imbilino: Uma linda assombração, o sexto realizado pelo Hugo Caiapônia. Seus olhos brilharam. Ela não sabia
se acabava de passar minhas frutas, ou se segurava minha mão, exultante de
alegria. “Você fez a juíza, eu vi! Eu vi várias vezes!”. Perguntei onde ela
tinha visto. Supunha que ela não teria visto no Cine Ouro, onde foi projetado durante uma semana, no final do ano passado. Não poderia deixar de considerar que o Hugo Caiapônia não lançou o filme em DVD, nem
disponibilizou na internet, exatamente para evitar as cópias clandestinas. Apesar
do seu esforço, eu constataria que já existem cópias circulando entre os fãs do Imbilino. Ao que me contou a moça do
caixa do supermercado, ela tem um amigo que lhe deu um pendrive com a cópia do
filme. Acha que ele conseguiu no Youtube. Depois a moça fez declarações de amor
intermináveis ao Imblino. E agradeceu pelo belo trabalho que traz alegria às
pessoas.
Na verdade, o agradecimento não vinha endereçado para mim, mas sim para Hugo Caiapônia, que tem o mérito de dar vida ao Imbilino, personagem notável, cheio de carisma, capaz de falar diretamente ao coração de um público tão numeroso e diversificado!
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