quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Dos lugares de aprender, e do não saber...

Aos estudantes que, em 5/8/2015,
 não desistiram da possibilidade
 de acompanhar presencialmente
 a Assembléia de professores em greve.

Os processos de aprendizagem estão em todos os momentos e lugares. Aprendemos no momento em que nos damos conta de certas relações, em que incorporamos modos de operar e pensar sobre certas coisas, processos, visões. Do micro ao macro, do estado de solidão ao coletivo, aprendemos.

Imbuídos do papel social de professores, educadores, precisamos lembrar que, mais além dos nossos planos de ensino, planejamentos de aula, estratégias metodológicas e avaliativas, ensinamos pelos modos como conduzimos nossas relações com os estudantes, com as instituições, com o ato de conhecer. Com os nossos próprios processos de aprender.

Por isso, quando nos posicionamos em relação, por exemplo, a um movimento de greve, independentemente de quais sejam nossas orientações ideológicas, propiciamos aprendizagens. Quando escolhemos não acatar as orientações e decisões da categoria, ou quando acatamos; quando escolhemos nos omitir, “tirar férias” aproveitando a greve, ou quando partimos para os embates (todos), muitas vezes descontrolados pela emoção assoberbada; quando não deixamos de tomar parte, fazendo-nos presentes, mas sem abrir mão da dúvida e das perguntas como nossas melhores companhias e conselheiras... Ensinamos, e aprendemos, sempre.

O professor que, em assembleia, anunciou que não ficará sem férias, pois dará aulas mesmo em greve, pois não deixará de ensinar seus estudantes, estava ensinando enquanto pronunciava estas palavras.

Os professores que não queriam o ingresso dos estudantes no espaço da assembleia, mantendo-os do lado de fora, colados aos vidros do Centro de Eventos, ensinavam, do mesmo modo que os professores que levaram à votação a abertura das portas para que todos entrassem.

E por mais que caminhemos, por mais que aprendamos, saberemos sempre muito pouco para compreender de fato o nosso estar no mundo. Tão pouco. Muito menos do que sejamos capazes de supor.

Professora em greve, que estou, sou antes aprendiz consagrada ao não saber...






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