segunda-feira, 6 de abril de 2015

A sombrinha azul com ursinhos brancos desenhados na borda



Embora o atendimento na agência bancária, na parte da manhã, tivesse sido ágil e eficiente (coisa que deixa a gente alegre), na parte da tarde, na outra agência, demorou muito além do limite da minha paciência, agravado pelas três filas que tive de encarar, e uma situação de discriminação que acabei testemunhando. Mas, ao final, tudo acabou sendo resolvido, e cada um seguiu seu destino. O meu, era a Secretaria de Cultura, para entregar a documentação, conforme solicitado. No meio do caminho, o céu se dividiu em dois: de um lado, sol; do outro, chuva intensa e alguns arco-íris que iam pipocando, e desaparecendo com a mesma velocidade com que surgiam. Estacionei, sob um temporal, com sol. Só então me dei conta de que tinha esquecido o guarda-chuvas parceiro. No banco de trás do carro emprestado por minha irmã, havia uma sombrinha dobrável. Peguei, para examinar. O tecido azul-piscina, delicado, tinha uns ursinhos brancos pintados na borda. Observei a sombrinha, olhei para o lado de fora, a chuva derramada, e pensei Isso não vai dar certo... Fiquei ali, com a sombrinha na mão, sem saber ao certo o que fazer. Por vezes, a chuva parecia ceder um pouco, mas voltava com mais força. Encontrei uma sacola de plástico, onde pude abrigar os documentos e minha bolsa. Na verdade, eu tinha mesmo era vontade de sair na chuva. Mas só poderia fazer isso na volta, depois de ter resolvido as questões que precisava fazer, na SECULT. Enquanto esperava, vários arco-íris desenharam-se ali, bem na minha frente, entre o carro e o Teatro Nacional. Decidi confiar na sombrinha azul com ursinhos brancos pintados na borda. O carro estava ilhado num espelho d’água. A longa escadaria por onde fui descendo parecia uma cascata. Lembrei-me, rindo sozinha, do passeio na chuva que eu e Lara fizemos, em Montes Claros. Decidi que, na volta, não usaria qualquer proteção. Que a chuva me molhasse. Na Secretaria, muitas pessoas aguardavam o estio, para encerrar o expediente. No retorno, a chuva cessara, e o sol se duplicava nos alagados que se formaram. Meu banho de chuva ficou para outro dia. A sombrinha azul da minha irmã teve trabalho reduzido.



PS.: em tempo, olhando melhor a foto, ocorreu-me que talvez não sejam ursos, mas coalas... sim, estou quase certa de que são coalas... é o que dá, andar com sombrinhas pós-modernas, Made in China (bem ao estilo RPC), com desenhos estilizados: a gente nunca sabe ao certo do que se tratam suas estampas...




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