sábado, 14 de abril de 2018

Das pegadas que o trabalho docente deixa



Iniciava-se a segunda reunião de 2018 dos pesquisadores de pós-doutorado do Programa Avançado em Cultura Contemporânea, o PACC, da UFRJ. As pessoas foram chegando, aos poucos. Conversas afetivas. Reencontros. Um rapaz me olhou, perguntando de onde me conhecia. Eu não sabia. Começamos a traçar lugares que poderiam sem comuns. Brasília. Universidade de Brasília. Ele lembrou-se: eu fora sua professora, em 2003. Lembrou-se mais ainda: estudou, comigo, a disciplina Introdução à Sociologia, quando eu a ministrei na condição de doutoranda, como atividade de estágio docência. Sorrimos. Era uma turma com mais de 90 pessoas. O desafio que me cabia era enorme. Eu não me lembraria de seus rostos. Não me lembrava dele. Mas ele se lembrava de mim. E se lembrava das minhas aulas, dos autores que estudamos, juntos. Citou Norbert Elias, dizendo que a partir dali interessou-se pelas ciências sociais.

Agora está cumprindo seu estágio pós-doutoral no PACC. Assim, reencontramo-nos. Assim, reencontrei-me com quem fui, ou penso que eu tenha sido, há 15 anos. Reencontrar esses rastros também me ajuda a pensar quem sou agora.

Feliz pelo encontro. A despeito de tudo, esses caminhos têm, sim, um coração.







Nenhum comentário:

Postar um comentário