Iniciava-se a segunda reunião de 2018 dos pesquisadores de
pós-doutorado do Programa Avançado em Cultura Contemporânea, o PACC, da UFRJ.
As pessoas foram chegando, aos poucos. Conversas afetivas. Reencontros. Um
rapaz me olhou, perguntando de onde me conhecia. Eu não sabia. Começamos a
traçar lugares que poderiam sem comuns. Brasília. Universidade de Brasília. Ele
lembrou-se: eu fora sua professora, em 2003. Lembrou-se mais ainda: estudou,
comigo, a disciplina Introdução à Sociologia, quando eu a ministrei na condição
de doutoranda, como atividade de estágio docência. Sorrimos. Era uma turma com
mais de 90 pessoas. O desafio que me cabia era enorme. Eu não me lembraria de
seus rostos. Não me lembrava dele. Mas ele se lembrava de mim. E se lembrava
das minhas aulas, dos autores que estudamos, juntos. Citou Norbert Elias,
dizendo que a partir dali interessou-se pelas ciências sociais.
Agora está cumprindo seu estágio pós-doutoral no PACC.
Assim, reencontramo-nos. Assim, reencontrei-me com quem fui, ou penso que eu
tenha sido, há 15 anos. Reencontrar esses rastros também me ajuda a pensar quem
sou agora.
Feliz pelo encontro. A despeito de tudo, esses caminhos têm,
sim, um coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário