Recebi um mimo para entregar à minha mãe. Um burrinho
pequenino, cuidadosamente construído com diversos materiais, por mãos de
artífice habilidoso, artista popular.
Cheguei à sua casa, e lhe entreguei o mimo. Quem mandou? O
Juan, minha mãe. Juan? Buscou na memória frágil alguma referência que a
ajudasse descobrir quem era Juan. Trouxe-lhe uma almofada rosa, de que ela
gosta muito. Lembra desta almofada? Quem fez foi a Lola, avó dele. Ele quem lhe
trouxe. Ela fez hannnnn, como se lembrasse. Mas fez só para não ter que
encompridar um exercício de memória que resultaria em nada.
Ela se encantou com o burrinho. Beijou, brincou com ele,
procurou um lugar bem à vista para guardar: Não posso colocar num lugar onde
ele corra o risco de cair... Colocou na sala, junto com o boizinho de fibra de vidro, ao
lado de dois bibelôs na forma de cachorro. O burrinho era muito menor que o
boizinho, e também perdia em tamanho para os cachorros. Rimos por isso.
Alguns minutos depois, já na cozinha, comentei sobre o
burrinho. Ela me olhou, sem entender o comentário: Burrinho?...
Voltamos à sala. Quando avistou o burrinho, lembrou-se: Ah,
o meu burrinho, é bunitinho!
Do Juan, ainda não conseguiu se lembrar. Mas agradece pelo
mimo, toda afetos.
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