sexta-feira, 9 de setembro de 2016

sobre pedestres e motoristas


Saí a caminhar pela cidade. Cross urbano em que o pedestre tem que ir superando todos os obstáculos contra os fluxos de carro, motos, os temporizadores dos semáforos, cruzamentos sem sinalização...

Num dos cruzamentos, o condutor do carro parou em cima da faixa de pedestre, para aguardar o sinal verde. Fui atravessando devagar, olhei longamente a faixa, o carro avançado. Olhei para dentro do carro. Uma mocinha, linda, esperava para avançar. Você sabe que parou o carro sobre a faixa, não é? Você sabe que está errada, não é? Ela me olhou, e assentiu com um gesto quase imperceptível. Na próxima vez, respeite a faixa de pedestres, minha filha!

Acabei a travessia. Não estava irritada. Muitas vezes consigo me divertir fazendo isso. Foi o caso. Mais adiante, uma longa fila de carros à espera da luz verde em outro semáforo. No final da fila, um dos carros aguardava parado sobre a “caixa amarela”. A chamada caixa amarela sinaliza a área dos cruzamentos onde não se pode parar, para não obstruir a passagem dos outros carros. Um rapaz conduzia esse carro. Janela aberta. Não me furtei de lembra-lo que estava incorrendo numa infração. Da próxima vez, meu filho, se lembre que não pode, e não deve parar sobre esse xadrez amarelo, viu? Ele me olhou, surpreso. Segui minha caminhada.

Então me ocorreu que falta aos motoristas viver a cidade como pedestre. Caminhar entre os carros e motos lhes daria uma outra percepção de sua condição como motoristas. Talvez, a cada 5 anos, quando da renovação da carteira de habilitação, pudesse ser feito um treinamento, no qual os motoristas devessem cumprir percursos a pé, nos quais fosse necessário fazer uso de faixas de pedestres, travessias em cruzamentos com semáforos de 3 tempos, caminhar por calçadas onde há carros estacionados, etc.

Com certeza, uma experiência como essa modificaria o comportamento dos motoristas na condução dos carros.







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