Todos diziam que meu amigo era muito feio. Eu não conseguia ver tanta feiura nele, embora concordasse que não fosse exatamente uma referência de beleza física. Mas o afeto que eu lhe dedicava sobrepunha-se a qualquer julgamento nessa direção.
Numa tarde, minha mãe se aproximou da janela da sala, para observar o movimento da rua. Alguém chegava ao edifício, naquele momento. Então ela comentou:
- Eu achava que seu amigo era uma das pessoas mais feias que já tinha conhecido. Mas estava sendo injusta. Venha olhar: esse rapaz que está chegando aí consegue ser mais feio que ele!
Quando saí à janela, ele me acenou, alegre. Era o próprio, chegando para nos fazer uma visita. Conseguira a proeza de ser mais feio do que ele mesmo.
Há quanto tempo... saudades!
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