sábado, 26 de março de 2011

Meu amigo tão feio...


Todos diziam que meu amigo era muito feio. Eu não conseguia ver tanta feiura nele, embora concordasse que não fosse exatamente uma referência de beleza física. Mas o afeto que eu lhe dedicava sobrepunha-se a qualquer julgamento nessa direção.

Numa tarde, minha mãe se aproximou da janela da sala, para observar o movimento da rua. Alguém chegava ao edifício, naquele momento. Então ela comentou:

- Eu achava que seu amigo era uma das pessoas mais feias que já tinha conhecido. Mas estava sendo injusta. Venha olhar: esse rapaz que está chegando aí consegue ser mais feio que ele!

Quando saí à janela, ele me acenou, alegre. Era o próprio, chegando para nos fazer uma visita. Conseguira a proeza de ser mais feio do que ele mesmo.

Há quanto tempo... saudades!


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