Existem temperaturas e temperaturas. Muitas vezes, 18 ºC não
é o mesmo 18 ºC.
Quando, preparando minha viagem mais recente, me informei que a temperatura ficaria entre a mínima
de 10ºC e máxima de 18ºC, pensei que seria essa uma faixa confortável, à qual
estou habituada. Contudo, já instalada para iniciar as atividades, embora a temperatura tivesse chegado à máxima anunciada, o frio era intenso, contrariando a expectativa em
relação ao que eu me sentia familiarizada. Eu sentia mais frio do que o
termômetro insistia em mostrar!
No retorno para casa, ao descer do avião, a temperatura
local indicava os mesmos 18ºC... E eu podia até sentir uma certa lufada quase morna roçando a pele.
Compreendi, então, que há uma diferença fundante entre 18ºC
como ponto máximo de uma parábola com a<0, e 18ºC como ponto mínimo de uma
parábola com a>0.
No primeiro caso, a curva se inicia em temperaturas mais
baixas. As paredes, as águas, a atmosfera, as calçadas, as plantas estão
imersas no frio há tempo suficiente para se demorarem frias, fazendo pouca concessão aos
processos termodinâmicos de troca de calor, mesmo quando a curva se eleva até a
temperatura máxima, os tais 18ºC. Ou seja, nesse ponto máximo, o ambiente permanece
frio, ainda. E quando a curva volta a decrescer, a baixa temperatura se
realimenta.
Por outro lado, quando a curva se inicia em temperaturas
mais altas, ou muito mais altas, os corpos guardam calor, e se demoram em
dissipá-lo. As casas, a atmosfera, os gestos, os metais, tudo quanto seja
sólido, tudo quanto seja etéreo. Por isso, quando a curva chega à mínima
temperatura de 18ºC, o calor que emana dos corpos e substâncias mantém, ainda, tudo
mais aquecido.
Por isso, os 18ºC de cada uma das parábolas nunca
coincidem, no movimento, a despeito de indicarem o mesmo valor absoluto...
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