sábado, 4 de fevereiro de 2017

Apresentando, Senhora Cana do Brejo e Senhor Gengibre em pas de deux!



Na varanda do apartamento onde moro há uma pequena mata (observadas as devidas proporções...). Alojadas em vasos (nem sempre confortáveis para elas, eu sei), há trepadeiras, orquídeas, damas da noite, canas do brejo, orelhas de elefante, mirra, bromélias... Elas se expandem, se imiscuem, se misturam, ao modo da vida vegetal, a respeito da qual tão pouco sabemos. De minha parte, além de alimentá-las, e mantê-las em cativeiro, tento não impor disciplinamentos humanos ao seu modo de viver plantas.

Nada me convence de que, quando estou ausente, secretamente, elas façam festas e celebrações, dediquem-se a afazeres diversos, ou estabeleçam disputas entre si. Por isso, por vezes, algumas delas começam a definhar e desaparecem, enquanto outras apresentam-se cada vez mais vistosas e exuberantes. Enquanto umas tentam sobreviver no canto da varanda que lhes cabe, outras exibem conforto e opulência. Vá se entender seus processos de dinâmicas!

Ocorre, também, de aparecerem plantas que não foram plantadas ali... Aí os mistérios aprofundam-se... A cada dia, admito com mais convicção que tenho pouca autoridade sobre o que se passa na varanda, quando elas são o assunto...

Há algum tempo, plantei uma raiz de gengibre num vaso. Logo o broto compareceu, valente, e eu fiquei contente com a resposta. Ele foi crescendo, e abrindo suas folhas. Vários galhos emergiram do solo. Notei que havia dois tipos de folhas, razoavelmente distintas. Teriam nascido dois tipos de gengibre? Um tipo de folha era alongada, típica do gengibre em questão. A outra, mais larga, em torno a um pendão que vai traçando uma discreta espiral no ar. Bela folhagem.

Muitas fotografias depois, constatei tratar-se de um novo pé de cana do brejo, que eu não plantei ali. No canto oposto ao canto onde se encontra o gengibre, há uma família de cana do brejo. Ainda não se como, uma muda dessa família veio alojar-se neste vaso, formando um pas-de-deux: Senhora Cana do Brejo e Senhor Gengibre.

Voilà! Vida longa à dupla! E que sejam alegres as festas das plantas em minha varanda!





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