Cheguei um pouco cedo. Acomodei-me num banco para ler um pouco, enquanto aguardava o ônibus. Distraí-me entre os escritos, até que ouvi um estalo forte, e alguma coisa caiu perto dos meus pés. Avistei um par de óculos, com uma das lentes desencaixada. Como viera parar ali? Olhei à minha direita e me deparei com um senhor de meia idade olhando para os óculos, com uma expressão que misturava indignação, raiva, e humor. Estranha mistura. Então lhe perguntei: "Esses óculos são seus?", enquanto tratava de apanhá-los para lhe entregar. Ao que ele me respondeu: "Fui bater num mosquito que estava me incomodando, e veja o que eu fiz!" Foi logo reencaixando a lente solta. Comentei, ainda: "Sorte que a lente não quebrou...". "São orgânicas, não quebram..." Já recolocara os óculos, e voltara à expressão de espera, muito comum em pessoas que aguardam ônibus, sozinhas, nas rodoviárias...
literatices... letras para nada, talvez para tudo... imagens de nada, que podem ser de tudo... matutações... penseros... rabiscações... daquilo que vejo... ou não... porque tomo assento neste tempo quando a humanidade produz vertiginosamente letras, símbolos e imagens, em busca de sentidos, quaisquer que sejam... ou não...
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Lembrou-me certo comercial de pratos feitos de vidro temperado, exibido na TV nos anos 80. Dizia o reclame, entre imagens do prato caindo em câmera lenta: "Quase inquebráveis. E caso quebrem, quebrarão em pedaços bem pequenos".
ResponderExcluirAté hoje espero quem me explique a vantagem de ter um monte de caquinhos espalhados pelo chão.